A Geórgia proibiu investimentos e restringiu a entrada de estrangeiros nas regiões separatistas da Ossétia do Sul e Abkházia, na tentativa de isolar esses dois protetorados russos.

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As medidas constam em uma lei, aprovada na noite desta quinta-feira (23) no Parlamento, que declara as duas regiões como territórios ocupados.

Em agosto, a Geórgia foi derrotada numa guerra de cinco dias contra a Rússia, depois de tentar recuperar à força o controle da Ossétia do Sul, que já gozava de autonomia desde o início da década de 1990 sob proteção russa. Nesse conflito, Moscou ocupou também a Abkházia, que vive situação semelhante.

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Depois da guerra, a Rússia reconheceu a independência das duas repúblicas, o que irritou governos ocidentais, que já haviam considerado a reação militar russa exagerada. Mesmo depois de um cessar-fogo mediado pela França, Moscou pretende manter cerca de 7.600 soldados nos dois protetorados.

"Esta lei descreve a realidade nesses territórios e a situação que enfrentamos", disse Givi Targamadze, diretor da Comissão de Defesa e Segurança do Parlamento georgiano. "Se a Europa nos demonstrar solidariedade, esta lei vai funcionar."

O principal alvo da lei parecem ser os investimentos e o turismo russos, que prosperam na litorânea Abkházia desde seu rompimento com a Geórgia. A Ossétia do Sul também depende da ajuda russa.

A lei proíbe atividades econômicas e comerciais em ambos os territórios sem a permissão de Tbilisi. Operações bancárias e transações imobiliárias também são afetadas.

Estrangeiros que passarem da Rússia para as regiões separatistas sem a autorização georgiana poderão ser processados. Isso vale também para a entrega de material humanitário.

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O acesso da Geórgia às duas regiões já está sendo restrito pelas forças russas que controlam as fronteiras.

Na sexta-feira, a Geórgia acusou a Rússia de explodir uma ponte ferroviária que liga a Geórgia propriamente dita à região de Gali, que fica na Abkházia, mas tem grande população georgiana.

"Parece que eles querem fechar a fronteira", disse uma fonte do ministério georgiano do Interior. "É uma política deliberada de interromper as comunicações."

A ponte é muito usada por moradores que cruzam a fronteira a pé.

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