Milhares de manifestantes da oposição na Geórgia realizaram nesta sexta-feira (7) o primeiro grande protesto contra o presidente Mikhail Saakashvili desde a guerra contra a Rússia, em agosto. A coalizão Oposição Unida realizou o ato exatamente um ano após a polícia usar gás lacrimogêneo, balas de borracha e jatos d'água para dispersar manifestantes pacíficos, que pediam a renúncia do presidente. No entanto, pelo menos dois partidos importantes, o Republicano e os Democratas Cristãos, não participaram do protesto. As duas siglas afirmaram que é preciso unidade após a guerra contra a Rússia.
Dirigentes da oposição afirmam que havia 50 mil pessoas na manifestação, mas o número não foi confirmado por uma fonte independente. O mal-estar causado pela derrota georgiana no breve confronto com a Rússia aumentou a pressão sobre Saakashvili. A oposição pede uma explicação sobre os erros cometidos durante a guerra, iniciada quando Saakashvili lançou uma ofensiva militar contra a província separatista da Ossétia do Sul.
As forças russas intervieram rapidamente, forçando a retirada dos georgianos e tomando posições na ex-república soviética, onde permaneceram por semanas. Moscou reconheceu as províncias separatistas da Abkházia e da Ossétia do Sul como independentes, enfurecendo o governo da Geórgia. Além disso, os russos prometeram enviar milhares de soldados às áreas, o que tornaria mais difícil o controle da Geórgia sobre as províncias. Em 2007, os protestos levaram Saakashvili a declarar estado de emergência e a reprimir a imprensa.