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Cética em relação às reformas aprovadas no Congresso do Partido Comunista de Cuba (PCC), a diretora do Instituto de Pesquisas Cubanas da Universidade Internacional da Flórida, Uva de Aragón, vê contradições no anúncio do presidente Raúl Castro sobre as novas medidas.

A velha guarda revolucionária continua comandando Cuba, apesar de Fidel Castro afirmar que uma nova geração vai retificar o que deve ser modificado. Quais são as expectativas políticas e econômicas diante de poucas mudanças na liderança?

Do que é dito ao que é feito, há uma diferença. Não vemos as caras de novas gerações no quadro da direção. Além disso, o pacote de reformas é modesto. Até agora não cumpriram o que anunciaram há meses. Fazem tudo lentamente.

De acordo com as novas reformas aprovadas, pela primeira vez desde a Revolução, cidadãos cubanos poderão comprar e vender imóveis. O que significa ess a nova medida para a população cubana?

Significa que algo que já estava sendo feito ilegalmente agora será regulado pela lei, como acontece em todos os lugares.

Cuba vive uma forte crise econômica. A senhora acredita que as reformas terão um resultado efetivo para o futuro do país?

Meu desejo é que os resultados sejam positivos, mas estou cética porque Cuba vive em contradições. Por um lado, assume o poder uma geração de idade, história, ideologia e interesses ultrapassados. O país está quebrado. Eles sabem que é urgente fazer reformas, mas pedem que sejam feitas com calma. Apostam no emprego autônomo, mas anunciam taxas que equivalem a matar a galinha de ouro antes que ela coloque o primeiro ovo. Pelos planos do governo, 500 mil funcionários públicos serão dispensados e terão de buscar renda.

Até que ponto o governo vai permitir a iniciativa privada?

É impossível reduzir o tamanho do Estado e, portanto, os desempregados devem tentar a vida através da iniciativa privada. Isso é positivo, mas há muitas interrogações, como os impostos altos, as poucas profissões que foram liberadas, a falta de capital e o treinamento de muitos desses cubanos, o subsídio dos produtos de necessidades básicas...

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