Washington Gerald Ford, o ex-presidente americano que morreu ontem aos 93 anos, entrou para a história por perdoar seu antecessor, Richard Nixon, pelo escândalo de Watergate, uma decisão que os analistas afirmam que o perseguiu por toda a vida.
Nixon se viu forçado a renunciar em agosto de 1974, depois que o jornal The Washington Post revelou sua implicação no caso de escutas ilegais contra a oposição democrata.
O artigo provocou uma crise política sem precedentes e levou boa parte da opinião pública a exigir que Nixon pagasse por seus atos, mas Ford optou por conceder o perdão incondicional, uma medida muito impopular e que o levou a perder as eleições de novembro de 1976 para o democrata Jimmy Carter.
No entanto, a decisão agora é considerada como "acertada" por um bom número de historiadores. De fato, em 2001, o Centro Kennedy agraciou Ford com o prêmio "Perfil da Coragem", concedido todos os anos a um americano que tenha demonstrado coragem a serviço da vida pública.
"Acho que, em retrospectiva, perdoar Nixon foi o correto", disse William Howell, professor da Universidade de Harvard, que sustenta que um julgamento teria atraído a atenção pública e impedido a Casa Branca de governar.
O político, nascido em Nebraska, negou-se a enfrentar as dificuldades econômicas aumentando o déficit e recorreu a medidas ortodoxas que permitiram que, em 1976, a economia desse sinais de melhora.
Ford sofria com problemas de saúde e no mês de agosto foi submetido a uma intervenção cirúrgica, em Minnesota, em decorrência de uma afecção coronária.
O presidente George W. Bush definiu Gerald Ford como um líder que foi inesperadamente lançado pelo escândalo de Watergate à tarefa de curar uma nação muito dividida.
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