Professores e estudantes universitários da Argentina, apoiados por sindicatos, movimentos de esquerda e políticos peronistas, realizaram nesta quarta-feira (2) uma manifestação em Buenos Aires para pedir que o presidente Javier Milei não vete uma lei para aumento de recursos para instituições públicas de ensino superior. Também houve mobilização em outras cidades argentinas.
No mês passado, o Senado aprovou uma medida que havia passado em agosto na Câmara dos Deputados, que estabelece uma atualização do orçamento para o setor com base na inflação do ano passado e uma indexação bimestral por meio de um coeficiente que combinaria 50% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), 25% da variação do dólar e 25% dos aumentos das tarifas dos serviços públicos.
Milei já adiantou que vetará o projeto, que, segundo ele, comprometeria a meta de déficit zero da sua gestão.
“O povo pede, senhor presidente, que o veto à lei de financiamento universitário não prospere”, pediu durante a manifestação a presidente da Federação Universitária Argentina, Piera Fernández, segundo informações do jornal Clarín.
O governo Milei considerou que a manifestação foi política, devido à participação de nomes peronistas, como Sergio Massa, candidato à presidência derrotado por Milei no ano passado.
“Eles transformaram uma marcha em defesa das universidades públicas num ato kirchnerista”, disse Javier Lanari, subsecretário de imprensa do governo argentino. Ao longo do dia, Milei repostou nas suas redes sociais mensagens que chamavam a manifestação de “política e kirchnerista”.
Um eventual veto de Milei ao projeto pode ser derrubado na Câmara dos Deputados, mas a possibilidade disso acontecer é incerta: em setembro, a oposição não conseguiu reunir dois terços dos votos na casa para reverter um veto do presidente a uma lei que estabelecia uma mudança nas aposentadorias e pensões que elevaria as despesas do Estado.
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