No dia 13 de julho a Câmara dos Deputados do Reino Unido [também chamada de Câmara dos Comuns], aprovou o corte dos auxílios internacionais de 0,7% para 0,5% da renda do país. Foram 333 votos favoráveis a 298 contra. Esse orçamento inclui também o financiamento de abortos em países em desenvolvimento.
Isso significa que o programa de Saúde Sexual Integrada das Mulheres (WISH, na sigla em inglês), que trabalha com provedores de aborto como MSI Reproductive Choices (nome atual da Marie Stopes International) e International Planned Parenthood Federation (IPPF) não receberão nenhum financiamento no próximo ano. Em valores, a IPPF perderá aproximadamente 43 milhões de libras.
Três dias depois à votação, a IPPF anunciou o envio de uma carta ao governo britânico, contestando a decisão e ameaçando processá-lo caso não reverta sua posição.
Segundo a IPPF, os cortes - que a instituição considera ilegal - “terão um impacto catastrófico sobre milhões de pessoas vulneráveis no mundo, sobretudo mulheres e jovens que foram entregues a um futuro sombrio e incerto”.
A organização também lamenta que “sem mais financiamentos será forçada a fechar os serviços no Afeganistão, Bangladesh, Zâmbia, Moçambique, Zimbábue, Costa do Marfim, Camarões, Uganda, Nepal e Líbano e ainda mais nove países, retirando o apoio aos serviços de saúde sexual e reprodutiva de aproximadamente 4,5 mil pontos de prestação de serviços em todo mundo.” Em outras palavras, a suspensão de serviços que vão de medidas contraceptivas até o aborto.
Redução já era prevista
Uma redução federal de gastos já era previsto desde novembro de ano passado, quando o Chanceler da Fazenda do Reino Unido Rishi Sunak anunciou que o país iria cortar o orçamento de ajuda externa devido aos prejuízos causados pela crise da Covid-19. Sunak já havia adiantado que os cortes eram temporários.
A Sociedade para Proteção das Crianças Não Nascidas, uma ONG britânica pró-vida, comemorou a medida do governo por meio de seu Diretor de Comunicações, Michael Robinson: “Quaisquer que sejam as motivações do governo, é de se comemorar que organizações pagas para matar crianças não nascidas em todo o mundo estejam recebendo menos de nosso suado dinheiro. Menos financiamento significa menos mortes”.
No Reino Unido uma pesquisa realizada pela Savanta ComRes revelou que 65% dos britânicos é contra o uso de dinheiro público para financiar o aborto no exterior.
Mesmo assim, a gigante do aborto afirma que o corte orçamentário deveria ser precedido de uma mudança na Lei de Desenvolvimento Internacional de 2015 e prometeu tomar medidas legais contra o governo. A IPPF esclarece ainda que o caso contra o governo será financiado de forma independente, sem dinheiro do contribuinte.
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