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Escândalo

Gigante sueca recolhe produtos com carne de cavalo em 14 países

A gigante sueca de móveis Ikea, que também vende em suas lojas especialidades culinárias, anunciou nesta segunda-feira (25) que retira da venda na Suécia as almôndegas de carne, suspeitas de conter carne de cavalo após uma análise realizada na República Tcheca.

Autoridades tchecas afirmaram que a carne de cavalo foi encontrada em pacotes de um quilo de almôndegas congeladas feitas na Suécia e enviadas para serem vendidas nas lojas Ikea na República Tcheca. Um total de 760 quilos de almôndegas foram retiradas de circulação.

A porta-voz da Ikea, Ylva Magnusson disse que almôndegas do mesmo lote foram enviadas para a Eslováquia, Hungria, França, Portugal, Reino Unido, Holanda, Bélgica, Espanha, Itália, Grécia, Chipre e Irlanda.Magnusson disse que os produtos foram retirados das lojas em todos estes países. Carregamentos de almôndegas enviados para outros lugares, segundo ela, não foram afetados.

"Recebemos hoje a informação de que nossas almôndegas de carne podem conter carne de cavalo após uma análise realizada na República Tcheca (...) suspendemos a venda e a distribuição de almôndegas de carne no país", disse o grupo em um comunicado.

Entretanto, a filial sueca da empresa anunciou em sua página no Facebook que não irá vender ou servir almôndegas em suas lojas na Suécia por temores de "potencial preocupação entre nossos clientes".

A porta-voz disse não ver motivo para ampliar a diretriz globalmente. Ela afirmou que a empresa está conduzindo seus próprios testes no lote afetado, acrescentando que nas últimas duas semanas a Ikea testou uma série de alimentos congelados, incluindo almôndegas, e não encontrou nenhum sinal de carne de cavalo.

As lojas da rede têm restaurantes e também vendem comidas típicas suecas, como as almôndegas Kottbullar.

Ainda hoje, autoridades tchecas anunciaram ter encontrado em testes aleatórios traços de carne de cavalo em hambúrgueres importados da Polônia.

Na Espanha, o Ministério da Agricultura encontrou carne de cavalo em uma massa vendida por uma das marcas da Nestlé. De acordo com o Ministério, trata-se de um caso de identificação fraudulenta, mas que não representa risco à saúde.

Em um comunidade em seu site, a Nestlé espanhola afirmou que depois de realizar testes na carne fornecida para suas fábricas no país irá retirar das prateleiras seis produtos da linha "La Cocinera" e um da linha "Buitoni".

Regulamentação

Autoridades da União Europeia (UE) devem se reunir nesta segunda para discutir em conjunto as regras para identificação de alimentos, depois da descoberta de carne de cavalo em uma série de produtos congelados vendidos em supermercados, como hambúrgueres e lasanhas, que deveriam conter carne bovina ou de porco.

Alguns membros do bloco estão pressionando para fortalecer as regras de rotulação para ganhar de volta a confiança do consumidor.De acordo com a Ministra da Agricultura da Alemanha, Ilse Aigner, o bloco tem que concordar em regras para informação da origem de produtos alimentícios, a começar por uma forma de melhor rotular os produtos de carne.

"Os consumidores têm todo o direito à maior transparência possível", disse.A Áustria apoia a iniciativa alemã, mas países como a Irlanda dizem que as regras existente são suficientes, apesar de que o controle em toda a Europa deve ser fortalecido para acabar com o escândalo.

Alimentos processados geralmente contêm ingredientes de múltiplos fornecedores em diversos países, que por sua vez ocasionalmente também contratam a produção de outros fornecedores, o que dificulta o monitoramento em todos os elos da cadeia de produção.

Testes de DNA padronizados com fornecedores de carne e regras mais rígidas de identificação adicionariam custos que os produtores provavelmente vão repassar aos consumidores, aumentando o preço dos produtos.

O escândalo, que começou no mês passado na Irlanda e rapidamente se espalhou por toda a Europa, levou à retirada de alimentos prontos das prateleiras dos supermercados e abalou a confiança da população em relação à comida servida em seus pratos.

Além disso, levantou dúvidas e preocupações sobre a identificação de alimentos e a complexa cadeia de abastecimento da União Europeia (UE), pressionando os governos a dar explicações sobre os lapsos em controle de qualidade.

Nos mês que se seguiu ao primeiro caso de carne de cavalo na Irlanda, não há notícia de que ninguém tenha ficado doente por ter comido carne de cavalo, mas muitos supermercados e redes de fast food também vêm lutando para manter sua reputação.

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