Gilad Menashe Erdan se tornou nos últimos meses uma figura proeminente na política israelense e no cenário diplomático internacional.
Nascido na cidade de Ascalom, em setembro de 1970, Erdan construiu uma carreira marcada pela defesa intransigente do Estado de Israel e atualmente é o embaixador de seu país na Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2020.
Após concluir o serviço militar no Corpo Auxiliar das Forças de Defesa de Israel (FDI) com o posto de capitão, Erdan seguiu para o mundo acadêmico, onde se formou em Direito pela Universidade Bar-Ilan e, posteriormente, obteve um mestrado em ciência política pela Universidade de Tel-Aviv, com louvor.
Gilad Erdan iniciou sua trajetória política em Israel nos anos 1990, opondo-se aos Acordos de Oslo e sendo assessor de Ariel Sharon quando este ainda era apenas um membro do Parlamento israelense, o Knesset, pelo Likud.
Em 1996, quando Benjamin Netanyahu foi eleito primeiro-ministro de Israel, Erdan foi nomeado como seu assessor, e, mais tarde, em 1998, ele também tornou-se presidente da “juventude Likud”.
Erdan conseguiu conquistar uma vaga no Knesset em 2003. Durante seus primeiros anos de mandato, se destacou como um dos principais opositores do plano de retirada unilateral de Israel da Faixa de Gaza.
Também durante o seu mandato, Erdan apoiou o fortalecimento dos laços entre Israel e os cristãos evangélicos, apresentou projetos de lei para reforçar a legislação antitabagismo, revogar permanentemente as carteiras de motoristas de infratores reincidentes e permitir que os tribunais revogassem a cidadania de cidadãos que visitassem países inimigos ou adquirissem cidadania desses países.
Durante sua carreira política em Israel, Erdan também foi ministro da Proteção Ambiental e ministro da pasta que ficava encarregada de coordenar a comunicação entre o governo e o parlamento.
Como ministro da Proteção Ambiental, Erdan introduziu um programa abrangente de restauração de rios e aumentou o incentivo à reciclagem. Ele também adotou uma política de “poluição sem fronteiras”, incluindo a redução das emissões de gases de efeito estufa de Israel e o aumento da dessalinização da água.
Em 2015, Erdan foi nomeado pelo governo como ministro da Segurança Pública, Assuntos Estratégicos e Diplomacia Pública, onde ficou responsável por coordenar a resposta nacional aos esforços de deslegitimação do Estado de Israel e liderar a luta de seu país contra campanhas de boicote, desinvestimento e sanções.
Ainda durante sua passagem pela pasta da Segurança Pública, Erdan estabeleceu o Bureau de Proteção Online Infantil e criou uma linha direta para proteger crianças e adolescentes na internet.
O compromisso com a defesa, segurança e a soberania de Israel tem sido recentemente uma marca da atuação de Erdan na ONU.
Após os ataques terroristas do Hamas contra Israel ocorridos no dia 7 de outubro de 2023, que deixaram 1,2 mil mortos e milhares de feridos, Erdan, como embaixador de seu país nas Nações Unidas, decidiu assumir uma postura combativa dentro da organização para defender o Estado israelense de críticas e ações que estavam começando a dominar o discurso local.
Em outubro, mês em que ocorreu os ataques terroristas do Hamas, Erdan criticou abertamente o secretário-geral da ONU, António Guterres, por suas declarações “distorcidas e imorais” sobre a ação terrorista ocorrida no dia 7.
Guterres havia dito que “os ataques do Hamas não ocorreram em um vácuo”, tentando justificar que havia um “contexto” para a ação terrorista dos palestinos.
Por causa desta declaração, o embaixador israelense chegou a pedir, não só naquele momento, mas por diversas vezes, a renúncia do secretário-geral.
“O discurso chocante do secretário-geral da ONU na reunião do Conselho de Segurança, enquanto foguetes são disparados contra todo Israel, provou conclusivamente, sem qualquer dúvida, que o secretário-geral está completamente desligado da realidade na nossa região e que ele vê o massacre cometido pelos terroristas nazistas do Hamas de uma forma distorcida e imoral”, afirmou Erdan por meio de sua conta no X (antigo Twitter).
Também em outubro, em um discurso realizado um dia antes de a Assembleia Geral votar uma resolução apresentada por países árabes sobre o conflito, o embaixador condenou a ONU como uma “organização falida e moralmente corrupta”, destacando a necessidade de expor o que ele classificou naquele dia como a “hipocrisia e os padrões duplos” das Nações Unidas.
Neste momento, Erdan também acusou novamente Guterres de justificar os ataques do Hamas e pediu sua renúncia como secretário-geral.
Erdan também condenou o dia em que a Assembleia Geral aprovou a resolução apresentada pelos países árabes que pedia uma “trégua humanitária” em Gaza. Segundo ele, tal dia ficaria marcado na “infâmia”.
“Todos nós testemunhamos que a ONU já não detém mais nenhum pingo de legitimidade ou relevância”, disse Erdan.
Naquele momento, o embaixador afirmou ainda que a ONU estava “empenhada em garantir mais atrocidades” do grupo terrorista Hamas ao não reconhecer o “direito de Israel se defender”. De fato, aquela resolução não mencionava explicitamente o direito de autodefesa do Estado de Israel nem condenava o ato terrorista do Hamas.
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