Fauna
Golfinhos, tartarugas e peixes são espécies mais prejudicadas
Efe
Cientistas apontam que aproximadamente 900 golfinhos foram encontrados encalhados ou mortos durante os últimos quatro anos e alertam que, ainda em 2013, a quantidade de restos mortais de animais dessa espécie era o triplo dos níveis frequentes. De acordo com o relatório, os golfinhos também ficaram com problemas pulmonares incomuns e danos no sistema imunológico.
Mas eles não são a única espécie com dificuldades no Golfo do México. O grupo explica que encontra 500 tartarugas marinhas mortas por ano desde a explosão, detecta ritmos cardíacos irregulares em alguns tipos de atum, acha afetações genéticas nos cachalotes e a reprodução das ostras ficou parcialmente afetada.
A tragédia também deixou marcas nos moradores das zonas afetadas, não só pela morte de 11 empregados na explosão, mas pelos efeitos dos gases na saúde e o fim de postos de trabalho em localidades onde o petróleo, a pesca e o turismo eram essenciais.
Os setores de ostra e marisco foram totalmente afetados e aumentaram os casos de desempregados, de negócios fracassados e de redução de jornadas de trabalho.
14 espécies foram afetadas pelo vazamento de combustível derivado do petróleo, segundo um relatório divulgado pelo organismo National Wildlife Federation. Segundo o órgão, as consequências ainda são muito palpáveis e podem perdurar anos, até décadas.
Quatro anos depois do vazamento de petróleo no Golfo do México, a região costeira do sul dos Estados Unidos se recupera a partir de bilhões de dólares investidos, mas a fauna ainda carrega os efeitos sociais e sequelas do desastre.
Considerado o maior vazamento da história, a catástrofe começou com a explosão e o afundamento, em 20 de abril de 2010, de uma plataforma petrolífera da companhia BP, chamada Deepwater Horizon. Na ocasião, 11 trabalhadores morreram.
Durante 87 dias, a plataforma derramou 757 milhões de litros de petróleo, conforme dados oficiais, e as regiões mais afetadas foram os estados de Louisiana, Mississipi, Alabama, Flórida e Texas.
A BP, para quem o vazamento representa um de seus maiores problemas, explicou na última semana que investiu nos últimos quatro anos um total de US$ 14 bilhões. Com isso, a companhia diz ter limpado mais de 1,2 mil quilômetros de costa, gerado 70 milhões de horas de trabalho e promovido tanto projetos de limpeza quanto de restauração do meio ambiente.
Divergências
"Embora a limpeza já tenha terminado, manteremos recursos na região para responder com rapidez caso se identifique petróleo que precise ser removido", garantiu em comunicado a vice-presidente executiva da BP em meio ambiente, Laura Folse. No entanto, a Guarda Costeira americana garantiu que as operações de recuperação não foram concluídas.
Christopher Reddy, da instituição Woods Hole Oceanographic, conta que ficaram restos em pontos específicos do Golfo, como depósitos de petróleo ou combustível derivado misturado com areia, mas disse ter visto uma recuperação progressiva durante os últimos quatro anos.