Tegucigalpa - O governo golpista de Honduras apresentou ontem um pedido de abertura de processo na Corte Internacional de Justiça, em Haia (Holanda), contra o que chama de "ingerência brasileira em assuntos internos do país, devido à presença do presidente deposto, Manuel Zelaya, na embaixada brasileira em Tegucigalpa.
O pedido foi feito apesar de o governo interino não ser reconhecido pela comunidade internacional nem por organizações multilaterais incluindo a ONU e a corte de Haia, que é o tribunal máximo desse organismo.
Para o Brasil, a ação nem sequer será aceita. "O governo golpista até pode entregar um pedido de início de ação, mas nesse caso a corte deverá aplicar o princípio da ilegitimidade ativa (e desconsiderá-lo), afirmou um porta-voz do Minis tério das Relações Exteriores.
Zelaya está abrigado na embaixada brasileira desde que retornou a Honduras, em 21 de setembro. Ontem, o chanceler do governo golpista, Carlos López, insistiu em dizer que a presença de Zelaya na embaixada e seus chamados à "insurgência representam ingerência por parte dos brasileiros.
A chancelaria golpista ainda indicou em nota que poderá exigir em Haia uma indenização e outras medidas cautelares do governo do Brasil.