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Venezuela

González diz que foi coagido a assinar documento reconhecendo vitória de Maduro

Edmundo González diz que foi ameaçado por chavistas para assinar a declaração e que, portanto, ela é nula do ponto de vista jurídico (Foto: EFE/Ronald Peña)

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O presidente da Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, Jorge Rodríguez, que foi coordenador da última campanha presidencial de Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira (18) que o principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, assinou um documento no qual teria reconhecido e acatado uma decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que ratificou a “vitória” do ditador chavista.

“Tivemos conversas diretas com González Urrutia, por telefone e pessoalmente, que nos convidou para conversar na Embaixada do Reino da Espanha aqui em Caracas”, disse Rodríguez durante uma transmissão por canais oficiais, segundo informações do site Efecto Cocuyo.

O presidente da AN alegou que González assinou o documento por vontade própria, mas o chavista se queixou de que o oposicionista não respeitou um suposto compromisso para se manter “discreto” após o fato.

“As únicas coisas que uma pessoa leva consigo são o nome e a palavra, senhor González Urrutia”, disse Rodríguez, que acrescentou que na declaração o líder oposicionista teria afirmado que, após “transmitir meu respeito às instituições constitucionais do país, decidi deixar a Venezuela por alguns dias para que o diálogo no país e a paz se consolidem”.

No início da semana passada, González, cuja coalizão sustenta que ele foi o verdadeiro vencedor da eleição de 28 de julho (e disponibilizou num site cópias das atas de votação para comprovar isso), partiu para o exílio na Espanha. Ele tinha contra si uma ordem de prisão emitida pela Justiça da Venezuela, aparelhada por Maduro.

Nesta quarta-feira, em um vídeo divulgado nas redes sociais, González explicou que foi ameaçado por Rodríguez e pela vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, para que assinasse o documento e que, portanto, a declaração é nula do ponto de vista jurídico.

“Vieram a mim com um documento, que eu teria que referendar para permitirem a minha saída do país. Ou seja, ou assinava ou enfrentava as consequências”, disse o candidato da oposição.

González reafirmou ser o presidente eleito da Venezuela e disse que continuará lutando para resolver o impasse pós-eleitoral.

“Como presidente eleito de milhões e milhões de venezuelanos que votaram pela mudança, pela democracia e pela paz, eles não vão me silenciar. Eu nunca vou traí-los. Isso é do conhecimento de cada uma das pessoas com quem conversei até hoje”, disse o oposicionista.

Rodríguez deu prazo de 24 horas para que González volte atrás e afirme que não foi coagido a assinar o documento, ou então divulgará vídeos das conversas que teve com o ex-candidato, anunciou o chavista.

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