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O principal candidato da oposição na última eleição presidencial na Venezuela, Edmundo González, disse nesta sexta-feira (4) que sua ausência do país é apenas temporária.
González, que deixou a Venezuela em 8 de setembro, fez a declaração durante participação no evento sobre democracia Foro La Toja, que está sendo realizado em O Grove, na Espanha.
“Minha saída do país é apenas temporária, mas me vi obrigado a deixar a Venezuela devido a pressões indescritíveis e ameaças extremas que afetaram até mesmo a parte mais próxima da minha vida familiar”, disse o oposicionista, segundo informações do site Efecto Cocuyo.
“Sou mais um desta migração, obrigado a sair da nossa terra. É a minha vez de acompanhar a diáspora”, disse, citando os milhões de venezuelanos que deixaram o país desde o início do chavismo, em 1999, muitos, como ele, rumo à Espanha.
González agradeceu aos espanhóis pelos “generosos recursos da ação diplomática, dentro das disposições do direito internacional”, e disse que sua presença no país europeu vem ajudando a “mobilizar a solidariedade espanhola e, por extensão, do resto da Europa, com a causa democrática da Venezuela”.
González, cuja coalizão sustenta que ele foi o verdadeiro vencedor da eleição de 28 de julho (e disponibilizou num site cópias das atas de votação para comprovar isso), partiu para o exílio na Espanha após sua prisão ter sido ordenada pela Justiça da Venezuela, aparelhada pelo ditador Nicolás Maduro.
Posteriormente, o oposicionista disse que, para que pudesse partir, foi obrigado pela ditadura venezuelana a assinar um documento no qual teria reconhecido e acatado uma decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que ratificou a “vitória” de Maduro na eleição. Ele afirmou que, devido às ameaças que recebeu, a declaração é nula do ponto de vista jurídico.