O governador do estado mexicano de Oaxaca, Ulises Ruiz, reafirmou nesta segunda-feira que não renunciará ao cargo, apesar dos conselhos da Câmara dos Deputados e do Senado para que renuncie ou peça uma licença.
Ruiz recusou a sugestão do Congresso mas anunciou que apresentou uma ação contra o Legislativo, que, argumenta, não tinha autoridade para isso.
O governador falou à imprensa na Casa de Governo, nos arredores da capital. Ele voltou para o local que havia abandonado há três meses, graças à intervenção das forças federais. Ruiz disse que espera que a presença nas ruas da Polícia Federal Preventiva (PFP) restabeleça a ordem.
- Esperamos que a vida da capital se normalize nas próximas horas, com o fim das barricadas e os negócios reabrindo - disse.
O presidente Vicente Fox ordenou no sábado que a PFP controlasse o centro e alguns pontos isolados da cidade.
Segundo o governador, a PFP está avançando nos pontos tomados pelos integrantes da Assembléia Popular do Povo de Oaxaca (APPO), que controlava até domingo a praça principal.
Os professores de Oaxaca e a APPO exigem a renúncia de Ruiz para pôr fim a seus protestos. Nesta segunda-feira, deputados e senadores de vários partidos pediram ao governador que deixe o cargo.
Os senadores, inclusive os do Partido Revolucionário Institucional (PRI), recomendaram a Ruiz que reconsidere afastar-se do cargo e assim contribuir para restabelecer a governabilidade, a normalidade e a paz no estado.
Horas antes, os deputados aprovaram um acordo no mesmo sentido, mas a bancada do PRI, partido do governador e terceira força na Câmara Baixa, não votou porque o texto falava diretamente na renúncia de Ruiz.
Ruiz disse que apresentou uma "controvérsia constitucional contra o precatório da Câmara dos Deputados" na Corte Suprema.
Para Ruiz, por trás do conflito de Oaxaca "há uma exigência social de um grupo que não tem a representação do povo" porque "é minoritário".
A grave crise social começou em 22 de maio com uma greve de professores que se radicalizou em 14 de junho.