O governador do Mississippi, Tate Reeves, assinou nesta terça-feira (30) um projeto de lei para substituir a atual bandeira do estado americano que inclui o símbolo dos confederados, um gesto desencadeado pelos protestos contra o racismo nos Estados Unidos.
A remoção da bandeira, uma fonte de controvérsia há muito tempo em um dos estados separatistas do sul que lutaram na Guerra Civil americana de 1860, ocorre após os protestos pela morte de George Floyd, um cidadão negro morto sob custódia policial em Minnesota.
A morte de Floyd provocou protestos em todo o país contra a injustiça racial e a brutalidade policial, e reavivou as demandas pela remoção de estátuas dos líderes confederados, de Cristóvão Colombo e outras personalidades consideradas símbolos do racismo e da opressão colonial.
"Entendo a necessidade de ligar a bandeira de 1894 com a história e encontrar uma bandeira que seja um emblema melhor para todo o Mississippi", disse Reeves em um discurso televisionado. "Devemos entender que todos os que querem mudanças não estão tentando apagar a história."
A medida assinada pelo governador republicano em seu primeiro-mandato também criou uma comissão para projetar uma nova bandeira do estado. Os eleitores terão a oportunidade de aprovar o projeto em novembro, de acordo com um comunicado do gabinete de Reeves.
Passado segregacionista
A bandeira do estado, que tem como destaque a chamada bandeira de batalha confederada, esteve hasteada sobre o edifício do Capitólio, em Jackson, por 126 anos. Ela foi retirada no fim de semana depois que os legisladores estaduais aprovaram o projeto, de acordo com a mídia local.
No século 19, os estados do sul, diante da perspectiva de desistir da escravidão, formaram a Confederação e se separaram do restante dos Estados Unidos, o que levou a uma Guerra Civil entre 1861 e 1865.
Os símbolos da rebelião fracassada foram erguidos em todo o sul durante os anos de segregação racial e violência conhecida como era de Jim Crow. Apesar de anos de progresso e direitos civis para os negros americanos, muitos estados resistiram a remover esses símbolos.
Com um longo passado segregacionista, o Mississippi é o último estado americano a manter estes símbolos em sua bandeira, depois que a Geórgia os eliminou de seu panteão em 2003.
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