A governadora de Nova York, Kathy Hochul, agitou a bandeira chinesa e marchou ao lado do cônsul-geral chinês Huang Ping, durante um desfile do Ano Novo Chinês na Baixa Manhattan, no último domingo (12), aponta uma filmagem revisada pela National Review.
Durante uma cerimônia de abertura do evento anual no bairro de Chinatown, em Nova York, Hochul fez um breve discurso de dois minutos, de acordo com imagens do evento postadas em uma conta do YouTube chamada Live Walking NYC.
“Esta é a prova viva”, disse ela, referindo-se ao tamanho da multidão, “que a cidade de Nova York está de volta”. Ao longo de seus comentários, que enfatizaram a resiliência da comunidade asiático-americana, ela segurou a bandeira da República Popular da China ao lado da bandeira dos Estados Unidos, brandindo ambas para dar ênfase.
Hochul não foi a única; o promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, também foi visto balançando as bandeiras da China e dos Estados Unidos ao falar antes dela durante a cerimônia.
Além de Hochul, outros membros do poder público de Nova York estiveram presentes no evento, como o prefeito de Nova York, Eric Adams, e o senador Chuck Schumer, que dividiram palco com o cônsul geral chinês Huang Ping, da linha dura do partido comunista.
Apesar de Hochul e outros políticos novaiorquinos terem comparecido antes a esse e outros eventos junto a oficiais do governo chinês, este ano foi diferente porque a governadora ficou ao lado do polêmico cônsul geral da China em meio a múltiplos escândalos de espionagem chinesa. Além da polêmica do balão, o governo chinês havia operado em uma delegacia de Manhattan até ser fechada recentemente, durante uma investigação do FBI.
Estranhamente, o gabinete da governadora parece ter omitido imagens do discurso de Hochul em que ela brandia a bandeira da China de um vídeo sobre sua participação publicado em seu canal oficial no YouTube. O vídeo começa imediatamente depois que ela soltou as bandeiras.
Mas o escritório de Hochul não removeu as imagens da governadora caminhando com o cônsul chinês. O vídeo corta para outro momento, onde Hochul, Huang, Adams, o presidente do distrito de Manhattan, Mark Levine, e outros ficam de pé enquanto o hino nacional dos Estados Unidos toca (os oficiais americanos colocam as mãos sobre o coração enquanto Huang aperta as mãos). A próxima cena mostra Hochul marchando ao lado de Huang e outros atrás de uma faixa com uma saudação de ano novo.
Huang, presença constante em cerimônias oficiais de Nova York, defende pontos de vista questionáveis como a negação das atrocidades do governo chinês contra os uigures e o apoio às reivindicações infundadas da China sobre a soberania de Taiwan.
Durante uma entrevista em um podcast em 2021, ele insistiu em defender o histórico do Partido Comunista Chinês, dizendo que “cumpriu sua promessa e fez um ótimo trabalho” e rebateu os críticos da repressão do partido [na província dos uigures em] Xinjiang — que é amplamente reconhecida como crime contra a humanidade — a quem ele acusou de propagar alegações "fabricadas".
Ainda assim, nada desse histórico fez de Huang persona non grata em Albany ou Manhattan. Ele e Hochul se encontraram em diversas ocasiões desde 2019, quando Hochul era vice-governadora de Nova York. Em 2021, o cônsul se referiu à governadora como "velha amiga" em uma postagem no Facebook.
Além da colaboração de longa data com Huang, Hochul também é ligada à Câmara Geral de Comércio da China, que supostamente tem laços com o Departamento de Trabalho da Frente Unida, um amplo aparato partidário que se envolve em influência política e trabalho de interferência na China e no exterior. Um dos conselheiros do Departamento de Trabalho da Frente Unida é executivo da Hikvision — uma empresa de vigilância chinesa sancionada pelos Estados Unidos por seu papel fundamental nas atrocidades de Xinjiang e na escalada militar da China.
A governadora fez o discurso principal em uma festa de gala do grupo no ano passado.
Durante o discurso, Hochul homenageou "a linda relação entre os nossos países, China e Estados Unidos, China e Nova York, ótimos parceiros que continuam a trabalhar juntos em colaboração".
Hochul também marchou no desfile do Ano Novo Chinês no ano passado, quando a delegacia de polícia chinesa foi representada em um carro alegórico organizado pela America ChangLe Association — um misterioso grupo sem fins lucrativos que facilitou a presença não autorizada da delegacia em Nova York.
Em janeiro, Steven Tin, o organizador do desfile, enfatizou em comentários à National Review que o desfile é um evento apolítico, acrescentando que a America ChangLe não havia se inscrito para o evento de 2023.
©2023 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.
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