As eleições presidenciais argentinas do próximo dia 25 de outubro seguem sem definição, mesmo depois da vitória do candidato do partido de Cristina Kirchner nas primárias na Argentina de domingo (10).
Daniel Scioli conseguiu 37,8% dos votos, enquanto o o prefeito portenho Mauricio Macri teve 30,7% de apoio, seguido do dissidente do peronismo Sergio Massa, com 20,6%, resultado que aponta para um segundo turno e que pode levar a oposição a se unir e dar a volta por cima, complicando o cenário para o kirchnerismo.
Após as primeiras prévias, tanto Scioli como Macri comemoraram os resultados. O favorito descreveu sua vitória como “esmagadora” e dedicou o resultado a Nestor e Cristina,
“Seguimos o caminho do papa Francisco, com os ‘três T’, que são terra, teto e trabalho. E eu acrescento investimento e igualdade”, afirmou Scioli no discurso de agradecimento aos partidários.
Na sede da campanha de Macri, o clima também era de comemoração. Além de um resultado considerado positivo contra Scioli, ele venceu a batalha interna contra o radical social-democrata Ernesto Sanz e a liberal Elisa Carrió, que juntos receberam 7% dos votos nas primárias.
“Hoje temos de festejar porque se consolida uma alternativa para a Argentina. Mudemos é muito mais que um acordo entre três partidos políticos. Representa uma nova visão, que inclui uma maioria de argentinos que acredita que é possível viver melhor”, afirmou Macri após os primeiros resultados.
Estratégia
Na tentativa de evitar o triunfo de Scioli no primeiro turno, o que parece improvável, Macri deverá realizar uma intensa campanha nos próximos meses. Agora, as dúvidas pairam sobre um eventual acordo entre Macri e Massa, o que poderia complicar seriamente os planos do kirchnerismo.
No entanto, essa possibilidade foi negada pelo candidato da aliança Mudemos durante toda a campanha antes das primárias. Cada vez que foi questionado sobre o tema, Macri afirmou que não estava disposto a negociar um entendimento com setores peronistas, já que Massa foi o ex-chefe de Gabinete kirchnerista.
Segundo as regras do país, Scioli pode vencer as eleições gerais de 25 de outubro se receber 45% dos votos mais um, ou 40% com vantagem de 10 pontos sobre o segundo colocado. Caso isto não aconteça, a Argentina terá um segundo turno pela primeira vez em sua história.