O partido governista CNA se encaminha na quinta-feira para uma tranquila vitória na eleição sul-africana, o que inclui a escolha de seu líder Jacob Zuma como presidente do país, poucas semanas depois de ele se livrar de acusações de corrupção.

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Resultados preliminares dão 64,9 por cento dos votos para o Congresso Nacional Africano, enquanto o Congresso do Povo (Cope, formado por dissidentes do CNA) não se confirmou como uma alternativa viável ao partido que governa o país desde o fim do apartheid, em 1994.

Zuma, 67 anos, se apresenta como um defensor dos pobres, e para muitos eleitores as credenciais do CNA trazidas da sua luta contra o regime de segregação racial ainda superam as frustrações com o fracasso de seus sucessivos governos no combate à criminalidade, à pobreza e à Aids.

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"Não queremos declarar ainda, mas trata-se de um primeiro indicador de uma vitória decisiva," disse Jessie Duarte, porta-voz do CNA.

O Cope obteve pouco mais de 8 por cento dos votos apurados até agora. O maior desafio ao CNA veio mesmo da Aliança Democrática - liderada por uma branca - que está com pouco menos de 18 por cento.

A oposição esperava pelo menos privar o CNA da maioria de dois terços do Parlamento, o que permite à bancada alterar a Constituição e reafirmar seu poder. Apurados mais de um quarto dos votos, ainda não se sabe se isso vai acontecer. O resultado final deve sair na sexta- feira.

O rand (moeda local) se valorizou ligeiramente na manhã de quinta-feira, refletindo a votação tranquila da véspera, mas posteriormente decaiu.

Uma das primeiras tarefas de Zuma será tranquilizar os investidores, que temem a influência de sindicalistas de esquerda sobre o seu governo.

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O ministro das Finanças, Trevor Manuel, está cotado para permanecer no cargo, num momento em que a África do Sul corre o risco de viver sua primeira recessão em 17 anos.

Zuma também promete combater a criminalidade desenfreada, que ameaça macular a Copa do Mundo de 2010 no país.

As autoridades eleitorais estimaram o comparecimento às urnas em 76 por cento - mesmo índice de 2004, quando o CNA obteve 70 por cento dos votos, resultado que dificilmente repetirá desta vez.

O CNA já sofreu pelo menos uma derrota simbólica: pela primeira vez desde a democratização, a Aliança Democrática derrotou o partido governista em Robben Island, onde Nelson Mandela, Zuma e outros ativistas estiveram presos durante o apartheid.

A polícia disse que a eleição em geral foi pacífica, mas o Cope disse que um funcionário seu foi baleado e morto, num suposto crime político.

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