O Afeganistão buscará assumir a liderança na guerra contra o Taliban e o controle da ajuda internacional durante as discussões deste mês em Washington sobre uma revisão da segurança regional, disse uma autoridade na quinta-feira.
O presidente dos EUA, Barack Obama, no cargo há quase um mês, tem o Afeganistão como maior prioridade da sua política externa, e na terça-feira determinou o envio de 17 mil soldados adicionais ao país, o que elevará o contingente norte-americano a 55 mil até meados deste ano.
Os chanceleres de Paquistão e Afeganistão, países que enfrentam a insurgência do Taliban, devem apresentar na semana que vem aos EUA sua contribuição para a revisão. "Duas questões importantes serão abordadas pela delegação afegã", disse Sultan Ahmad Baheen, porta-voz da chancelaria.
"Além da guerra ao terrorismo, um foco no desenvolvimento e nos projetos de reconstrução, ajudando-nos com a boa governança e a democracia", disse ele. "Que os afegãos tenham um papel de liderança na guerra, ao acelerar o fortalecimento do Exército Nacional Afegão e do seu processo de equipagem."
Ele afirmou que durante muito tempo o presidente Hamid Karzai levou essas reivindicações ao governo de George W. Bush, e lamentou que os temas não tenham recebido muita atenção.
"Como um nova página foi aberta com a América (após a posse de Obama) e tivemos a oportunidade como aliados de abordar nossos pontos, estamos repetindo-os porque acreditamos que seja essencial em trazer a segurança", disse Baheen.
A delegação afegã vai propor também que os EUA se empenhem mais em atacar bases e refúgios dos militantes na montanhosa fronteira com o Paquistão, acrescentou.
Desde que as tropas dos EUA e seus aliados derrubaram o Taliban, em 2001, o governo de Karzai depende muito da ajuda financeira e das tropas estrangeiras para manter a economia e a segurança.
Algumas entidades beneficentes dizem que centenas de milhões de dólares em ajuda externa foram desperdiçados.
As mortes de civis provocadas por forças estrangeiras na caça a militantes reduziram o apoio popular a Karzai e à presença militar ocidental no Afeganistão. Baheen disse que, se tiver mais controle sobre bilhões de dólares da ajuda internacional, o governo terá condições de reconquistar o apoio da população.