O governo brasileiro demonstrou "preocupação" nesta sexta-feira com os planos de Israel de ampliar os assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada, a três dias da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país.
"O governo brasileiro recebeu com profunda preocupação o anúncio israelense", informou nota do Ministério das Relações Exteriores.
Israel anunciou nesta semana a construção de 1.600 novas casas para colonos em uma área da Cisjordânia ocupada anexada a Jerusalém. A decisão causou constrangimento ao vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que visitava o país, e foi condenada por ele.
Na segunda-feira, Lula inicia viagem de quatro dias ao Oriente Médio e visitará Israel, os Territórios Palestinos e a Jordânia. Entre os temas a serem discutidos estão a paz na região e o polêmico programa nuclear iraniano.
Em entrevista a jornais israelenses, Lula justificou as relações com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e o papel do Brasil como mediador no conflito.
"Eu fico me perguntando se não é necessário encontrar outros interlocutores para que, junto com os atuais, se possa construir novas razões, novos argumentos", disse Lula, segundo nota do Palácio do Planalto.
"Daí porque a minha visita a Israel, à Palestina e à Jordânia, e daí porque a minha visita ao Irã, no mês de maio", afirmou.
Em novembro, Lula recebeu Ahmadinejad em Brasília e deverá visitá-lo em Teerã em maio.
"Acho que é necessário alguém conversar com o Irã", respondeu Lula sobre como convenceria autoridades israelenses sobre sua política com o Irã.
O apoio de Lula ao Irã, acusado pelo Ocidente de produzir armas nucleares, e a recusa do Brasil em apoiar novas sanções contra a República Islâmica também foram abordados pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que esteve com Lula na semana passada.
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