Autoridades federais americanas prenderam uma mulher russa acusada de conspirar para se infiltrar em organizações políticas americanas, entre elas um grupo de defesa das armas, sob orientação de um funcionário de alto escalão do Kremlin.
Maria Butina, estudante da Universidade Americana (com sede na capital), foi acusada de ser uma agente oculta a serviço do Kremlin, informou o Departamento de Justiça dos EUA nesta segunda-feira (16).
Segundo os nota do Departamento de Justiça dos EUA, Butina trabalhou em nome de um funcionário russo, cuja identidade não foi revelada, para influenciar importantes políticos americanos e desenvolver relações com outras organizações políticas entre 2015 e 2017. Ela é fundadora do grupo russo de lobby pró-armas Right to Bear Arms (direito de portar armas).
O documento não identifica a autoridade russa, mas a agência de notícias Reuters afirma que se trata de Alexander Torshin, vice-diretor do Banco Central da Rússia. Nos perfis de Butina nas redes sociais, há diversas imagens dos dois lado a lado. Ele foi sancionado pelo Departamento do Tesouro dos EUA em abril.
Infiltração
Sob ordens de Moscou, ela teria então trabalhado com dois cidadãos americanos para tentar se infiltrar em organizações de defesa do porte de armas, diz a denúncia. Não foram divulgados os nomes dos grupos nos quais Butina tentou se infiltrar, mas ela participou de eventos da NRA (Associação Nacional do Rifle), o principal lobby de armas dos Estados Unidos, de acordo com o jornal The New York Times.
Segundo a denúncia, ela teria organizado jantares em Washington e Nova York e se reunido com políticos e candidatos em todo o país. Após os encontros, Butina repassava então as informações que tinha descoberto ao governo russo.
Até o momento nem a acusada e nem o Kremlin se manifestaram sobre a questão. O caso foi divulgado no mesmo dia que o presidente russo Vladimir Putin se encontrou com o seu colega americano, Donald Trump.