O governo da Venezuela anunciou, em cadeia nacional de rádio e tevê, que Hugo Chávez se submeteria ainda ontem em Cuba a uma operação oncológica que o próprio presidente descreveu como de "riscos inegáveis".
O ministro das Comunicações, Ernesto Villegas, leu uma nota informando que Chávez cumpria procedimentos pré-operatórios e que a equipe médica que trata o presidente "transmitiu otimismo" sobre a operação.
Antes do anúncio do governo, o presidente do Equador, Rafael Correa, que visitou Chávez em Havana anteontem, havia dito que o colega enfrentava "uma das provas mais duras de sua vida". "Chávez está sendo operado nesses instantes, uma operação muito delicada", disse, após receber o colombiano Juan Manuel Santos.
Na Venezuela, ministros e auxiliares transformaram aparições públicas e no Twitter num chamado a orações. "Começou a chover! Deus! Chovem mil bênçãos nessa hora tão importante para Chávez", escreveu Teresa Maniglia no Twitter, a chefe de imprensa da Presidência.
Na Bolívia, o ator americano Sean Penn fez uma vigília por Chávez vestindo um abrigo com cores da bandeira venezuelana: "[Chávez] é uma das forças mais importantes que temos no planeta".
A nova operação mergulhou a Venezuela num clima de expectativa que eclipsou a reta final da campanha eleitoral governadores serão escolhidos no domingo.
O presidente esquerdista, que se reelegeu em outubro se dizendo curado, revelou ter câncer em junho de 2011. No sábado, chocou o país ao informar que teria de se operar para retirada de novas células malignas na zona pélvica, local do primeiro tumor. É a quarta intervenção que realiza em 18 meses.
Chávez jamais informou que tipo de câncer e qual seu alcance. Sabe-se apenas que é na região pélvica.