A Alemanha entrará em recessão econômica em 2023, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cairá cerca de 0,4%, de acordo com as projeções do governo apresentadas na quarta-feira (12) pelo ministro da Economia e vice-chanceler do país, Robert Habeck.
A nova previsão é uma revisão, claramente para baixo, do prognóstico feito no primeiro semestre, que estimava um crescimento de 2,5%, e coincide com os feitos pelos principais institutos de estudos econômicos.
A revisão negativa das previsões se deve, em boa parte, às repercussões econômicas da guerra na Ucrânia e, especialmente, à interrupção do fornecimento de gás da Rússia.
Os dois fenômenos causaram fortes altas dos preços da energia, o que freia a produção industrial, segundo as estimativas do governo alemão.
Os altos níveis de inflação, que chegam a 8% neste ano e, segundo o prognóstico, a 7% em 2023, provocarão uma redução no consumo.
Habeck indicou, na apresentação das novas previsões oficiais, que sem medidas para estabilizar o preço do gás, a inflação em 2023 poderia ser ainda mais alta.
"São tempos difíceis, e as projeções do outono se confirma. Vivemos uma crise energética que, cada vez, se converte mais em uma crise econômica e social", afirmou Habeck.
"O detonador dessa crise foi a agressão de (Vladimir) Putin à Ucrânia. A resposta só pode ser com firmeza. A União Europeia e os parceiros internacionais responderam com sanções claras, e essa segue sendo a resposta adequada e indispensável", completou.
Habeck garantiu que um dos propósitos de Putin é desestabilizar a vida social e econômica na Alemanha e na Europa, que, por isso, é preciso fazer tudo para pará-lo.
O vice-chanceler garantiu ainda que o país está avançando para se libertar da dependência das importações de energia da Rússia, situação a que se chegou nos últimos anos.
Habeck indicou que afirmou que se requer "toda a força financeira do governo para conservar a sustentação da nossa economia e dos nossos postos de trabalho".
Por essa razão, lembrou o vice-chanceler, o governo criou um guarda-chuva de proteção de 200 bilhões de euros para funcionar até 2024.
Por fim, Habeck, integrante da coalizão liderada pela chanceler Olaf Scholz, alertou que as urgências atuais não podem permitir que se perca de vista a necessidade de seguir fazendo investimentos para alcançar a neutralidade climática.
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