O Ministério de Segurança da Argentina confirmou que recebeu ameaças de um atentado a bomba contra dois shoppings do país: o Abasto, que fica na região central de Buenos Aires, e o Unicenter, na cidade de Martínez, nos arredores da capital.
Segundo o secretário de Segurança do governo nacional, Sergio Berni, o alerta foi feito pelo serviço de inteligência argentino, na última terça (27). Ele informou que agentes de segurança estão atuando nos arredores dos dois centros comerciais e deverão permanecer pelas próximas 24h ou 48h.
“Não há elementos para nos alarmar”, afirmou Berni.
O secretário afirmou ainda que o serviço secreto argentino está em contato com agências de inteligência internacionais, como a CIA e o Mossad, para comprovar a veracidade das ameaças terroristas.
A denúncia veio a público com o vazamento de um documento assinado pelo diretor nacional de inteligência criminal, Sebastián Fernández Ciatti, vinculado ao Ministério de Segurança, em que afirma que a ameaça a bomba foi feita pelo grupo terrorista Ansar Dine, ligado a Al Qaeda e que atua no Magreb islâmico (norte da África).
Berni afirmou que não poderia fornecer mais informações, pois se trata de uma investigação sigilosa e internacional.
Segundo o site argentino Infobae, a informação teria chegado ao serviço de inteligência argentino por meio da embaixada da Argentina na França. O alerta teria sido feito por um informante na Costa do Marfim.
Os rumores de bomba começaram a ganhar corpo após publicação de reportagem no jornal argentino “Clarín”, nesta sexta-feira (30), sobre o assunto.
Associação Israelita
A última vez que a Argentina foi alvo de ação terrorista internacional foi em 1994. Na ocasião, 85 pessoas morreram no ataque a bomba à sede da Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), em Buenos Aires.
No entanto, a Justiça considera como responsáveis pelo atentado dois iranianos que teriam agido a mando do governo do país, que é xiita. A rede terrorista Al Qaeda, que estaria por trás das últimas ameaças, é sunita e rival de Teerã.
O caso do atentado da Amia voltou à tona em 14 de janeiro após o promotor Alberto Nisman denunciar a presidente Cristina Kirchner por um suposto acordo entre o governo argentino e o Irã para encobrir os autores do ataque.
Quatro dias depois, o promotor foi encontrado morto em seu apartamento. A Promotoria ainda investiga se Nisman se suicidou ou se foi assassinado. A denúncia dele contra Cristina foi arquivada pela Justiça em maio.
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