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O governo da Argentina, liderado por Javier Milei, demitiu cerca de 500 funcionários da Rádio Nacional, como parte do plano de privatização anunciado logo após sua vitória nas urnas, em novembro do ano passado.
Entre os nomes desligados da mídia pública estão os de figuras importantes ligadas ao kirchnerismo, como os jornalistas Víctor Hugo Morales, Sandra Russo, Federica Pais, Lautaro Maislin, Alejandro Apo e Mex Urtizberea. Eles foram contratados durante a gestão do peronista Alberto Fernández.
A medida, que partiu do presidente da Rádio e Televisão Argentina (RTA), Javier Monte, é uma das primeiras ações do plano do libertário Milei à frente da Casa Rosada. Em entrevista à rádio argentina Mitre, no ano passado, o presidente afirmou que "a televisão pública se tornou um mecanismo de propaganda”, motivo pelo qual anunciou a privatização dos meios de comunicação ligados ao estado.
A nova gestão da RTA decidiu manter cerca de 700 postos de trabalho permanentes e pouco menos de 100 contratos nas 50 estações da Rádio Nacional, número considerado suficiente para manter a programação de emergência durante o verão, o que deve ser mantido durante todo o ano.
“A programação é facilmente mantida com as pessoas que permanecem, com os funcionários históricos da rádio, que têm um compromisso muito grande com cada uma das emissoras do país”, disse uma fonte próxima ao governo ao jornal argentino Clarín.
Mas a decisão não agradou aos demitidos e os sindicatos se reuniram nesta semana com as autoridades da Rádio Nacional pedindo que fossem renovados pelo menos 150 contratos, dos 500 que foram encerrados, sobretudo para manter uma programação própria nas 48 emissoras que a Rádio Nacional possui no interior do país.
Alguns dos jornalistas cujos contratos não foram renovados na semana passada são Víctor Hugo Morales, apresentador da "Estación Piazzola"; Sandra Russo, apresentadora de “Calandrias”; e Lautaro Maislin, que durante a semana esteve à frente de "Rosca and Roll 937", na FM Nacional Rock.
Também não foram renovados outros contratos que expiraram em 31 de dezembro, como os de Oscar Gómez Castañón, Mex Urtizberea, Alejandro Apo e Jorge Dorio. Sandra Mihanovich, que iniciou com o seu ciclo Soja Nacional na gestão macrista de Ana Gerschenson e celebrou 300 programas em 2023, que foi transmitido em duplex na AM 870 e FM Folklórica, também está fora da rádio.
No dia 10 de dezembro, quando Milei tomou posse como presidente, quase todos os dirigentes da estatal Rádio e Televisão Argentina (RTA), nomeados por Alberto Fernández, como sua presidente Rosario Lufrano, o vice-presidente, Osvaldo Santoro, e os diretores executivos da televisão pública, renunciaram.
Os dois diretores que estavam na FM Nacional Rock e na Nacional Folklórica, Mikki Lusardi e Mavi Díaz, também pediram demissão.
