Presidente Joe Biden: EUA e China vivem uma guerra comercial| Foto: EFE/EPA/MICHAEL REYNOLDS
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira (14) novas tarifas no valor de US$ 18 bilhões (cerca de R$ 92,2 bilhões) sobre importações de produtos da China, dos quais os mais castigados são os veículos elétricos com impostos que vão dos 25% para 100%.

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As novas tarifas afetam setores descritos pela Casa Branca como “vitais para o futuro econômico e a segurança nacional do país”, como aço, alumínio, semicondutores, veículos elétricos, baterias, painéis solares, guindastes de descarga de navios e produtos médicos.

O anúncio surge em plena campanha para as eleições de 5 de novembro e em um momento em que Biden, que busca a reeleição, tem adotado um tom cada vez mais duro com a China apesar de ter aberto um diálogo com Pequim, em uma tentativa de conquistar a classe trabalhadora americana e distanciá-la do ex-presidente Donald Trump, futuro candidato republicano.

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Algumas das tarifas anunciadas pela Casa Branca em um comunicado entrariam em vigor em 2025 e 2026, pelo que a sua implementação dependerá, na verdade, de quem ganhar as eleições.

tarifas de até 100% sobre veículos elétricos

A tarifa mais contundente atinge os veículos elétricos e passará de 25% para 100% este ano.

Esta enorme elevação responde ao aumento substancial das exportações de veículos elétricos da China para os Estados Unidos, que cresceram 70% entre 2022 e 2023, algo que Washington percebe como uma ameaça ao desenvolvimento do mercado interno destes automóveis.

Biden quer que até dois terços dos carros novos vendidos nos EUA sejam elétricos até 2032 e, para isso, tem promovido diversos programas para incentivar sua produção.

Outro aumento tarifário significativo recai sobre as baterias utilizadas em veículos elétricos, um mercado que a China controla 80% graças ao seu domínio na mineração, processamento e refinação de minerais críticos.

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Especificamente, de acordo com a Casa Branca, as tarifas sobre baterias de iões de lítio aumentarão de 7,5% para 25% este ano, enquanto as tarifas sobre baterias de iões de lítio não destinadas a veículos eléctricos aumentarão de 7,5% para 25% em 2026.

A tarifa sobre peças de baterias aumentará de 7,5% para 25% este ano, e a tarifa sobre grafite natural e ímãs permanentes aumentará de 0% para 25% em 2026.

Painéis solares, guindastes e produtos médicos

Na área de energia limpa, também vão aumentar as tarifas dos painéis solares, que passarão de 25% para 50% este ano. O mesmo aumento sofrerão os semicondutores, embora nesse caso a subida ocorra em 2025.

Este aumento visa impulsionar a produção nacional de semicondutores, apoiada em um investimento de US$ 53 bilhões (R$ 271,7 bilhões) que o Congresso aprovou em 2022 e que procura evitar os aumentos de preços que se registaram durante a pandemia em setores como o automobilístico e de eletrodomésticos.

A Casa Branca também anunciou tarifas sobre guindastes de descarga de navios, que aumentarão de 0% para 25% este ano, e sobre produtos médicos.

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Neste último caso, os impostos sobre seringas e agulhas aumentarão de 0% para 50% em 2024, enquanto as tarifas subirão de 0 ou 7,5% para 25% para produtos de proteção individual, como respiradores e máscaras. Além disso, as luvas médicas e cirúrgicas de borracha terão suas tarifas aumentadas de 7,5% para 25% em 2026.

Em seu comunicado, a Casa Branca tentou estabelecer uma distinção entre estas taxas, visando especificamente setores em que Biden investiu, e as “tarifas indiscriminadas” que acredita que Trump impôs quando era presidente.

Durante seu mandato, Trump impôs tarifas sobre centenas de produtos chineses, aos quais Pequim respondeu com mais tarifas, desencadeando uma guerra comercial que teve consequências negativas para o crescimento global.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]