O governo dos Estados Unidos não descarta a possibilidade de declarar os cartéis de drogas mexicanos como grupos terroristas, algo que alguns republicanos pediram e que enfrenta a resistência das autoridades mexicanas.
“Sempre faremos o que for mais eficaz e o que estiver ao nosso alcance para responsabilizar esses grupos”, disse nesta terça-feira (7) o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, quando questionado sobre esse assunto em sua entrevista coletiva diária.
O porta-voz lembrou que os cartéis mexicanos já são alvos de sanções dos Estados Unidos, mas reiterou que Washington usará “todos os instrumentos previstos em lei para trabalhar com parceiros mexicanos” contra essas organizações.
Price considerou ainda que a violência do narcotráfico representa “um desafio de longo prazo” para os dois países e garantiu que os Estados Unidos lhe dedicam “toda a atenção”.
“Vamos cooperar e trabalhar em colaboração com nossos parceiros mexicanos em todas as áreas para enfrentar a insegurança, o narcotráfico e as ameaças à segurança em nossa fronteira”, destacou o porta-voz.
Price se pronunciou assim depois que dois dos quatro americanos sequestrados na última sexta-feira em Matamoros, no estado mexicano de Tamaulipas, na região fronteiriça com os EUA, foram encontrados mortos nesta terça-feira.
Os outros dois sobreviventes também foram localizados e mandados de volta para os Estados Unidos.
O governador de Tamaulipas, Américo Villarreal, disse nesta terça-feira que um jovem de 24 anos suspeito de participação no sequestro e morte dos cidadãos americanos foi preso. O rapaz, cujo nome não foi divulgado, teria como função fazer a “vigilância das vítimas”, disse Villarreal.
O porta-voz da diplomacia americana expressou sua “profunda gratidão” às autoridades mexicanas por sua cooperação na investigação deste caso.
Ao mesmo tempo, manifestou o desejo do governo de Joe Biden de que “as responsabilidades sejam apuradas” pelo crime cometido contra esses americanos.
Alguns legisladores republicanos aproveitaram a ocasião para pedir novamente que os cartéis de drogas sejam classificados como grupos terroristas, uma possível medida que o México vê como uma violação de sua soberania porque autorizaria o Exército dos EUA a combater essas organizações.
Na semana passada, durante uma audiência no Senado, o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, disse que não se opõe à designação desses grupos como terroristas, mas também alertou que é preciso cuidar das relações diplomáticas com o México.
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