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O governo boliviano determinou neste sábado que a siderúrgica brasileira EBX, do empresário Eike Batista, saia do país. É a primeira expulsão de um investidor estrangeiro desde a posse do presidente Evo Morales, em janeiro. A ordem foi dada pelo próprio Morales:

- A EBX só tem dois caminhos: abandonar voluntariamente ou ser expulsa pelo governo nacional - disse o presidente, no encerramento da XVIII Assembléia Ordinária do Parlamento Indígena Americano.

Segundo o governo boliviano, a empresa não obteve a licença ambiental para construir uma usina em Puerto Soarez, na fronteira com o Brasil. Além disso, escolheu uma região imprópria para o empreendimento, já que a Constituição boliviana proíbe que investidores estrangeiros se estabeleçam a menos de 50 quilômetros da fronteira.

Em nota, a EBX informou que já apresentou às autoridades bolivianas a documentação que comprovaria sua situação legal no país. A empresa disse também que não foi notificada da decisão de Evo Morales.

Desde o início da semana passada, moradores dos municípios de Puerto Suárez, Puerto Quijarro e El Carmen Rivero Torres estão em guerra com o governo por conta da proibição da licença. Cerca de 900 pessoas estavam trabalhando no projeto. Os manifestantes chegaram a fazer três ministros de reféns e a bloquear a fronteira com o Brasil. Somente neste sábado a passagem de veículos foi restabelecida. Entretanto, os manifestantes prometem novos protestos para a semana que vem.

Morales acusou a EBX de fomentar a divisão da população boliviana:

- De um extremo de uma fronteira querem nos dividir, querem provocar conflitos. Sabemos que vão fazer isso - afirmou o presidente, acrescentando que, no passado, algumas empresas "talvez com subornos, churrascos e compra de autoridades, chegaram à Bolívia sem respeitar as leis".

A siderúrgica da EBX - controlada por sua subsidiária MMX -recebeu investimentos de US$ 155 milhões e foi projetada para a transformação de minérios em matéria-prima para a produção de aço. O Itamaraty informou que o governo está apenas acompanhando o caso, mas que neste momento as medidas jurídicas estão sendo tomadas pela própria empresa.

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