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A pressão sobre o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, aumenta nesta quarta-feira (6), com dezenas de integrantes do Executivo britânico apresentando pedidos de demissão.
Segundo informações da Sky News, até agora 38 integrantes do governo conservador pediram suas saídas. A onda teve início na terça-feira (5), quando Johnson recebeu os pedidos de demissão de Rishi Sunak, ministro da Economia, e de Sajid Javid, da Saúde.
Um grupo de ministros foi a Downing Street, residência oficial do premiê em Londres, para pedir a Boris Johnson que renuncie. O primeiro-ministro enfrenta grande desgaste depois do mais recente escândalo, que envolve o deputado Chris Pincher, ex-responsável disciplinar da ala parlamentar conservadora, que foi investigado por comportamentos impróprios, ao “apalpar” dois homens.
Recentemente, Johnson conseguiu superar uma moção de censura interna do seu partido, mas recebeu 41% votos contrários, na esteira de escândalos como as festas realizadas em Downing Street durante a pandemia da Covid-19.
Nesta quarta-feira, o premiê participou de uma sessão de controle na Câmara dos Comuns, em que tanto os partidos de oposição como alguns deputados conservadores exigiram sua renúncia diante da série de escândalos. Johnson, entretanto, negou que vá renunciar.
“O trabalho de um primeiro-ministro em tempos difíceis, em circunstâncias em que me foi dado um mandato colossal, é seguir adiante, e é isso que vou fazer”, garantiu o chefe de governo.
“Quando os momentos são duros, e o país enfrenta pressões econômicas, com a maior guerra na Europa em 80 anos, é o momento em que se espera que um governo continue com seu trabalho e não vá embora”, disse o primeiro-ministro.
O líder da oposição trabalhista, Keir Starmer, afirmou que, no caso Pincher, Johnson tolerou “um comportamento horrível, inaceitável sob qualquer aspecto”. O premiê, inicialmente, negou saber das investigações sobre os atos envolvendo o responsável disciplinar pela ala conservadora no Parlamento.