O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, negou que o Brasil tenha feito qualquer tipo de pressão para aprovar a entrada da Venezuela no Mercosul. A afirmação foi uma resposta às declarações do ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Luiz Almagro, que numa entrevista a uma rádio, disse que a entrada da Venezuela no bloco foi definida pela intervenção "decisiva" da presidente Dilma Rousseff, com apoio da colega da Argentina, Cristina Kirchner.
"Não houve pressão nenhuma. Este não é o jeito de o governo brasileiro fazer política", disse Marco Aurélio, que telefonou ontem para o presidente do Uruguai, José Mujica. Ele lembrou que foi Mujica quem propôs que a inclusão da Venezuela no Mercosul fosse a partir de 31 de julho e disse que, no telefonema Mujica confirmou a sua posição.
"A posição que o Brasil levou à Argentina foi fortemente amparada por critérios jurídicos. Pedimos um longo parecer à Advocacia Geral da União (AGU) para ver quais as alternativas que se aplicariam no caso", disse, acrescentando que, no caso do ingresso da Venezuela, esta decisão já havia sido aprovada pelos congressos do Brasil, Uruguai e Argentina. "Não fizemos pressão sobre nenhum País. Não é estilo da presidente Dilma Rousseff de fazê-lo.
A decisão foi tomada pelos três países, ouvindo seus chanceleres, foi unânime e refletiu consenso político. Portanto, não corresponde a tese de que teria sido feito pressão qualquer sobre o Uruguai. O governo não faria isso sobre qualquer governo ainda mais sobre países com os quais tem relação íntima", disse.