O governo brasileiro rebateu as críticas da ONG Human Rights Watch sobre a Operação Acolhida, afirmando que o relatório publicado pela organização nesta quinta-feira (5) omite o número de crianças e adolescentes venezuelanos, atendidos pela operação, que chegam ao Brasil desacompanhados.
De acordo com um levantamento da ONG, com base em informações da Defensoria Pública da União, pelo menos 529 crianças e adolescentes venezuelanos cruzaram a fronteira com Roraima e chegaram ao Brasil desacompanhados. César Muñoz, pesquisador sênior da Human Rights Watch no Brasil, disse que muitos deles são levados para abrigos lotados e, na falta de mais espaço, são encaminhados para a Operação Acolhida, criada pelo governo federal para dar assistência de emergência aos migrantes e refugiados venezuelanos em situação de maior vulnerabilidade que chegam a Roraima.
A organização afirmou que esta não é uma solução ideal, alegando que os jovens ficam com outros adultos e famílias, mas o número de crianças nestas condições não foi citado. A Casa Civil afirmou, nesta sexta-feira, que a Operação Acolhida atende apenas 19 crianças desacompanhadas, ante 2.839 crianças e adolescentes acompanhados.
Afirmando que a Operação Acolhida é reconhecida mundialmente como um dos melhores programas de acolhimento do mundo, a Casa Civil disse que o "referido relatório da organização tenta responsabilizar os atores errados pelas condições de crianças e adolescentes".
"Certamente, a afirmação de que as 'autoridades brasileiras não estão protegendo adequadamente as crianças e adolescentes' é infundada", diz o governo brasileiro, acrescentando que a "Operação Acolhida é um remédio paliativo para uma situação similar aos grandes deslocamentos populacionais causados por guerras". "Nesse caso, a guerra se dá pelo governo socialista venezuelano contra seu próprio povo".
Conteúdo editado por: Isabella Mayer de Moura