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A menos de uma semana da posse do presidente eleito de Honduras, Porfírio "Pepe" Lobo, o governo brasileiro sinaliza que pode rever a decisão de reconhecê-lo como legítimo. O assunto será encaminhado durante a reunião do Grupo do Rio, em fevereiro. O assessor de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, afirmou à Agência Brasil que, por enquanto, a posição brasileira é a mesma anterior: de não reconhecer as eleições que deram vitória a "Pepe" Lobo.

"Vamos levar esse assunto para a reunião do Grupo do Rio, que será em Cancún [México] no mês que vem. Estamos analisando os acontecimentos em Honduras e mantemos nossa posição de repudiar o golpe de Estado que houve lá [em 28 de junho de 2009, quando o então presidente Manuel Zelaya foi deposto]", disse Garcia, que passou dois dias na Bolívia para representar o governo na posse do presidente reeleito, Evo Morales.

Há cinco meses, Zelaya, a mulher e um grupo de correligionários estão abrigados na sede da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa (capital hondurenha). O local é cercado permanentemente por integrantes das Forças Armadas de Honduras. Zelaya não pode deixar o edifício sob ameaça de ser preso.

Segundo Garcia, Zelaya segue sendo tratado pelo governo brasileiro como "hóspede". "O presidente Zelaya é um amigo e hóspede. Pode ficar na embaixada o tempo que ele considerar necessário", afirmou. "Sei de informações de que ele estaria pretendendo ir para a República Dominicana, mas nada nos foi comunicado sobre essa possibilidade."

Zelaya foi deposto por uma ação organizada por integrantes do Congresso Nacional, das Forças Armadas e da Suprema Corte. Desde então, assumiu o governo o presidente Roberto Micheletti. Para o governo brasileiro, Micheletti não é reconhecido como presidente por ter participado do golpe de Estado contra Zelaya.

No próximo dia 27, "Pepe" Lobo assume a Presidência da República de Honduras, depois de ter sido eleito em novembro. Mas, para o governo brasileiro, o fato de as eleições terem sido realizadas em um ambiente pós-golpe levantam suspeitas sobre sua legitimidade. Por isso, "Pepe" Lobo não é reconhecido como presidente eleito pelo governo brasileiro.

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