Três dias depois de elevar o nível de alerta de ameaça terrorista, o primeiro-ministro David Cameron anunciou nesta segunda-feira (1º) medidas para conter um possível ataque da facção Estado Islâmico (EI) no Reino Unido.
O principal foco das medidas são os cidadãos britânicos que foram para o Oriente Médio atuar pelo EI e que podem tentar voltar para casa.
Cameron informou que o governo dará poderes às autoridades de fronteira para tomar passaportes de suspeitos que regressarem ao território britânico. "Passaporte não é um direito automático", afirmou.
A medida vinha encontrando resistência do partido Liberal-Democrata, aliado na coalizão do governo, por causa de possíveis impedimentos legais para esse tipo de procedimento. O passaporte britânico é apontado como estratégico pelo EI para que seus membros possam circular não só no Reino Unido, mas também por outros países da União Europeia.
O primeiro-ministro disse ainda que o governo vai ter mais autonomia para monitorar os cidadãos suspeitos de atuar para o EI em território britânico. Segundo Cameron, as empresas aéreas terão que colaborar para fornecer com antecedência a lista de passageiros de voos que chegam ao Reino Unido.
Estima-se que pelo menos 500 deles se juntaram nos últimos meses à facção que tem tomado territórios na Síria e no Iraque. Um extremista britânico seria o responsável pela decapitação do jornalista americano James Foley, conforme mostra vídeo divulgado pelo EI no mês passado.
Na sexta-feira (29), o governo decidiu aumentar o nível de ameaça terrorista em seu território para "grave", segundo nível mais alto da escala, em razão da atuação da milícia radical. A medida significa que é "muito provável" um ataque terrorista no país, mas não iminente.
Para Cameron, o extremismo do EI não representa a "ideologia islâmica".
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