Paris O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, cedeu às pressões das entidades estudantis e centrais sindicais e revogou ontem o Contrato de Primeiro Emprego (CPE) lei que reduzia direitos trabalhistas para incentivar as empresas a admitirem jovens. Ele substituiu o polêmico CPE por incentivos financeiros às empresas que ajudarem a reduzir o índice de desemprego, que atinge 23% dos menores de 26 anos em toda a França.
Mesmo assim, líderes sindicais fizeram uma convocação por mais protestos em todo o país. As novas manifestações incluem uma marcha que deve ocorrer hoje em Paris. Segundo os líderes, a intenção dos protestos é "manter a pressão" sobre o governo enquanto as mudanças na lei são votadas e implementadas.
Com o CPE, "pretendi propor uma solução forte; não fui entendido por todos e lamento", disse Villepin diante das câmeras de uma rede oficial de televisão, em tom grave e visivelmente abatido. Ele e seu padrinho político, o presidente Jacques Chirac, saem como os grandes derrotados da crise que abalou a França durante várias semanas com violentas manifestações de rua e greves nacionais.
"O CPE está morto e sepultado", reagiu em comunicado a Força Operária que promoveu a campanha contrária à lei em conjunto com a Confederação Geral dos Trabalhadores e entidades estudantis. "O objetivo foi alcançado e isso prova que a unidade sindical pode ser eficaz", acrescenta a nota da central sindical.
Bruno Julliard, líder do movimento estudantil contrário a CPE, também reagiu com satisfação. "Vencemos", disse ele. Também as oposições socialista, comunista e verde com indisfarçável alegria o fracasso do governo.
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