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Desabamento

Governo chinês admite falha em construção de escolas demolidas por terremoto

O governo chinês admitiu nesta quinta-feira (4) pela primeira vez que pode ter havido falha na construção de escolas na província de Sichuan, muitas das quais desabaram no terremoto que atingiu a região em maio, provocando a morte de milhares de crianças e adolescentes.

O tremor de 7,9 graus da escala Richter foi o pior no país em 32 anos e matou cerca de 80 mil pessoas. Ma Zongjing, geólogo responsável por investigar os efeitos do tremor, declarou que a má qualidade das construções pode ter provocado o colapso de milhares de escolas.

"Em anos recentes, muitos prédios escolares foram levantados na China e, neste processo de rápido desenvolvimento, alguns problemas podem ter ocorrido", afirmou Ma Zongjin. As estimativas oficiais indicam que 216 mil edifícios desmoronaram em razão do tremor, 7.000 dos quais eram escolas.

Na opinião do geólogo, "a estrutura das construções escolares pode não ter sido suficientemente adequada e os materiais utilizados podem não ter sido suficientemente fortes".

Segundo Ma Zonjing, um dos principais problemas das escolas era a ausência de reforços - muitas das salas que desabaram não tinham colunas para suportar a ocorrência de terremotos.

O abalo atingiu de maneira direta 10 milhões de pessoas e deixou 5 milhões de desabrigados. O governo corre contra o tempo para concluir antes do inverno a construção de casas para as famílias que perderam tudo.

O desabamento das escolas provocou a revolta de milhares de pais, muitos dos quais perderam o único filho que puderam ter em razão da política de controle de natalidade da China.

"Nossa filha não foi morta pelo terremoto. Ela e outros foram mortos por um edifício de péssima qualidade. As autoridades sabiam que ele não era seguro", disse à na época à agência Reuters Bi Kaiwei, que perdeu a filha de 13 anos.

Os que demonstraram em público sua revolta foram retaliados pelas autoridades, que impediram o acesso aos locais onde antes funcionavam as escolas. Muitos sofreram ameaças de prisão e outros foram calados com o pagamento de compensação pela morte de seus filhos.

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