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As 41 empresas públicas da Argentina incluídas no projeto de lei macro enviado ao Congresso na quarta-feira (27) pelo governo de Javier Milei não serão necessariamente privatizadas, disse nesta quinta-feira o porta-voz da presidência, Manuel Adorni.
"O fato de as empresas estarem sujeitas à privatização não significa que elas serão privatizadas. Há empresas que precisam ser saneadas, mas seria impossível privatizá-las", esclareceu Adorni em entrevista coletiva na Casa Rosada.
Entre as corporações públicas listadas no primeiro anexo do projeto de lei estão empresas de vários setores, tamanhos, receitas e setores de negócios.
Algumas, como o Banco de la Nación Argentina e a companhia aérea Aerolíneas Argentinas, são de propriedade integral do Estado.
No caso da Aerolíneas Argentinas, o presidente Milei e alguns de seus líderes expressaram seu interesse em transferir a propriedade para os funcionários.
O caso da petrolífera YPF, uma das principais empresas do país, que tem o status de uma sociedade anônima e na qual o Estado argentino e as províncias produtoras de hidrocarbonetos detêm 51% das ações, é muito diferente. Os 49% restantes estão listados na Bolsa de Valores de Buenos Aires.
A YPF foi adquirida em 2013 pelo Estado durante o governo de Cristina Kirchner (2007-2015) em uma operação controversa que acabou nos tribunais dos Estados Unidos, onde a Argentina foi condenada a pagar US$ 16 bilhões.
Milei antecipou recentemente em entrevista na televisão que esse valor será pago por meio de um imposto anual que será chamado de "imposto Kicillof", em referência a Axel Kicillof, ministro da Economia durante a expropriação da YPF, atual governador da província de Buenos Aires e uma das figuras mais visíveis da oposição peronista.
Perguntado sobre as preocupações dos funcionários públicos de empresas que poderiam ser privatizadas, Adorni pediu aos trabalhadores que "ficassem calmos".
"Se ela (a atividade da empresa) for essencial, não vejo por que (os funcionários) deveriam perder seus empregos", declarou o porta-voz.