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Crime organizado

Governo da Colômbia amplia por seis meses cessar-fogo com dissidências das Farc

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O governo do esquerdista Gustavo Petro. presidente da Colômbia, busca concluir novas negociações com as dissdências das Farc para frear violência no país (Foto: Carlos Ortega/EFE)

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O governo da Colômbia e o Estado-Maior Central (EMC), o maior grupo dissidente das Farc, decidiram prorrogar por seis meses o cessar-fogo bilateral, que começou em 16 de outubro e terminaria nesta segunda-feira (15).

Em decreto assinado pelo ministro da Defesa, Iván Velásquez, o governo ordenou "prorrogar o cessar-fogo bilateral e nacional temporário com impacto territorial" e, portanto, manter a ordem de suspender as operações militares ofensivas e as operações policiais contra esse grupo armado.

O governo e o Estado-Maior Central estão atualmente na terceira rodada de negociações, que ocorre em Bogotá e termina na próxima quinta-feira (18), onde a extensão do cessar-fogo foi a questão central.

O atual cessar-fogo começou em 16 de outubro e deveria expirar hoje, período durante o qual as hostilidades foram consideravelmente reduzidas, além do fato de que a maior dissidência do grupo guerrilheiro dissolvido anunciou em 12 de dezembro que abandonaria os sequestros para fins econômicos.

Uma vez acordada a extensão do cessar-fogo, há também outras questões sobre a mesa, como os compromissos de respeitar a população civil, não apenas em relação ao sequestro ou à privação de liberdade, e outras questões como "transformações abrangentes em face das economias ilícitas", conforme detalhado nesta semana pelo negociador-chefe do governo, Camilo González Posso.

Também há a intenção de abordar a construção de uma "agenda ambiental com decisões que devem ser aplicadas imediatamente na região amazônica, em questões de não desmatamento, respeito às organizações e sua autonomia, e resposta às comunidades nessa área", disse González.

Essas negociações também foram discutidas em outras reuniões entre o governo e o EMC, que tiveram altos e baixos e uma interrupção dos acordos depois que, em novembro, eles se acusaram mutuamente de não cumprir o que havia sido acordado para as operações militares em uma área no sudoeste do país.

Em 5 de novembro, o EMC decidiu suspender as conversas, que tinham sido iniciadas apenas 21 dias antes e incluíam um cessar-fogo bilateral, devido ao total descumprimento por parte do Estado de seus compromissos, pois alegaram que as forças militares não haviam deixado uma área no departamento de Cauca (sudoeste) da qual haviam concordado em sair.

O anúncio foi feito após a retenção de quase 200 militares que tinham chegado a El Plateado (Cauca) para garantir a segurança das eleições para prefeito e governador em 29 de outubro.

Dias depois, sob pressão do EMC, a comunidade obrigou os militares a deixar a área, enquanto os guerrilheiros também exigiram que eles deixassem suas áreas de influência, como o Cañón del Micay. Esse episódio, no entanto, foi deixado para trás e as conversas prosseguem de forma privada.

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