O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez| Foto: EFE/ Rodrigo Jiménez
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Na segunda-feira (27), um órgão representante do governo da Espanha em Madri, a capital do país, vetou a manifestação de um grupo de pessoas que estavam rezando o terço em um local público localizado próximo à sede do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE). O local estava sendo utilizado por elas para a realização de protestos diários contra o Poder Executivo espanhol, atualmente liderado pelo socialista Pedro Sánchez, que pertence ao PSOE.

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O veto à manifestação foi posto em prática pela Delegação do Governo da Espanha em Madri, um órgão da administração pública nacional, que alegou que a convocação para a manifestação “não estava comunicada conforme a lei”. A medida gerou indignação e críticas de diversos setores, que denunciaram tal decisão como uma “violação da liberdade religiosa e uma perseguição aos cristãos”.

Conforme noticiou a Agência Católica de Notícias (ACI), os manifestantes estão realizando atos com a reza do terço nas escadarias de uma igreja dedicada ao Imaculado Coração de Maria desde o dia 3 de novembro. Eles se opõem aos acordos alcançados por Sánchez para formar o novo governo que lhe ajudou a permanecer no poder, que envolvem parcerias com partidos nacionalistas e anistia para fugitivos da justiça.

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A igreja onde ocorrem as manifestações fica localizada na mesma rua onde está a sede do partido de Sánchez, o PSOE. Segundo informações da mídia espanhola, a manifestação com a reza do terço foi vetada por um inspetor-chefe da Polícia Nacional da Espanha, que chegou ao local acompanhado de 20 agentes. Eles notificaram a pessoa responsável pela manifestação, identificada como José Andrés Calderón, e solicitaram que as pessoas deixassem o local.

Segundo noticiou o site espanhol La Razón, testemunhas afirmaram que algumas pessoas permaneceram no local para protestar contra a ação do governo. Informações veiculadas no X (antigo Twitter) dão conta de que os agentes da Polícia Nacional chegaram a prender uma mulher idosa de 60 anos, que não queria sair do local.

José Andrés Calderón, apontado como o organizador da manifestação, disse ao site espanhol Verdad em Libertad, que havia comunicado no sábado (25) as autoridades locais de que iria realizar uma manifestação com urgência, mas que não recebeu uma resposta formal delas até dez minutos antes do início da reza do terço. Ele também lamentou o "nulo apoio" que recebeu do sacerdote católico responsável pela igreja, que lhe pediu para rezar em outro lugar.

A lei espanhola diz que os cidadãos devem avisar as autoridades sobre qualquer convocação de atos na qual se preveja a presença de mais de 20 pessoas com pelo menos dez dias de antecedência, a menos que seja considerada uma situação de urgência.

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Na terça-feira (28), a Fundação Espanhola de Advogados Cristãos, organização que luta pela liberdade religiosa na Espanha, disse que iria tomar medidas contra o delegado do Governo da Espanha em Madri, Francisco Martín, que também pertence ao PSOE, por “delito de abuso de autoridade e prevaricação”. Eles disseram que a Delegação do Governo da Espanha em Madri, que vetou a manifestação na segunda-feira, "não tem competências para limitar um direito fundamental como é o direito à liberdade religiosa". A Fundação também ofereceu assistência jurídica gratuita a quem for detido ou multado por rezar o terço na manifestação e anunciou que pagará as sanções de quem ir contra as ordens do governo.

A Delegação do Governo havia anunciado na segunda-feira que também impediria novas convocações de manifestações nos dias 28, 29 e 30 de novembro, alegando que não existe “causa de urgência para justificar a comunicação tardia” delas.

Apesar da proibição do governo, centenas de pessoas se reuniram nesta quarta-feira (29) para se manifestar contra Sánchez e rezar o terço no mesmo local em Madri. Os organizadores da manifestação afirmaram que continuarão rezando com “mais força e determinação pela nação”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]