O ministro da Saúde da França, Frédéric Valletoux, considera que é "muito provável" que “casos esporádicos” de mpox (anteriormente conhecida como varíola dos macacos) apareçam em breve no país, tendo em conta a extensão da epidemia na África e a detecção de uma pessoa infectada na Suécia.
Em uma entrevista publicada neste domingo (18) pelo jornal dominical La Tribune, Valletoux especificou que até agora nada foi descoberto em território francês e que quando há alguma suspeita é feita uma análise das sequências genéticas.
Mas admitiu que “há grandes possibilidades de casos esporádicos” da nova variante “aparecerem, e sem dúvida em breve”.
Sua previsão está alinhada com a do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), que em uma avaliação de risco atualizada na sexta-feira (16) já advertia que é "muito provável" que haja mais casos importados de mpox, embora tenha descartado que o contágio possa continuar se medidas forem tomadas rapidamente.
Nesse mesmo dia, o primeiro-ministro francês em exercício, Gabriel Attal, anunciou que o sistema de saúde estava entrando em um estado de “vigilância máxima” devido ao risco de potenciais casos da nova variante da mpox.
Isto traduz-se em “novas medidas de informação e recomendações” para viajantes provenientes de zonas de risco, mas também em instruções às agências regionais de saúde para que o pessoal sanitário e diferentes organizações que cuidam de pessoas em risco sejam informados sobre esta nova variante da mpox.
Em relação à vacinação, o ministro explicou que nos últimos três anos “cerca de 150 mil pessoas” foram imunizadas na França após a onda epidêmica de 2022, e admite que “é muito cedo” para saber com certeza o nível de eficácia da nova variante.
Ele assegurou que as reservas de vacinas são “robustas” e “permitem uma resposta adaptada. Temos mais do que em 2022 e podemos encomendar rapidamente, se necessário”.
Velletoux afirmou que a vacinação continuará, mas voltada “ao público mais exposto”.
Está previsto advertir todas as pessoas que viajam ou entram na França provenientes de regiões da África onde circula a epidemia nos voos de partida e chegada.
O titular da pasta de Saúde quis deixar claro que se trata de uma epidemia em que o tipo de propagação “não tem nada a ver com o da covid”, pelo que “a população deve ser tranquilizada deste ponto de vista”.