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O primeiro-ministro grego, George Papandreou, discursa durante sessão no Parlamento, em Atenas | Reuters
O primeiro-ministro grego, George Papandreou, discursa durante sessão no Parlamento, em Atenas| Foto: Reuters

O governo da Grécia conseguiu nesta terça-feira (horário de Brasília) um voto de confiança para evitar um calote da dívida, em meio a manifestações do lado de fora do Parlamento.

Já era madrugada de quarta-feira, no horário local, quando a Assembleia deu um voto de confiança ao governo, modificado pelo primeiro-ministro, George Papandreou, para promover uma resolução por trás de um doloroso programa de austeridade. O placar ficou em 155 votos a favor, ante 143 contra e duas abstenções. Todos os deputados do Partido Socialista de Papandreou votaram junto com o governo.

"Se ficarmos com medo, se jogarmos fora essa oportunidade, então a história vai nos julgar muito duramente", disse Papandreou num apelo final antes da votação.

A votação, que foi bastante monitorada pelos mercados, levou o euro a subir, embora operadores tenham dito que contínuas preocupações com a implementação das medidas contiveram o avanço da moeda.

Manifestantes se posicionaram em frente ao Parlamento na praça Syntagma com slogans contra as autoridades, apontando centenas de lasers de luz verde contra o prédio e os olhos de policiais, além de jogarem as mãos para a frente, tradicional forma de insulto.

O governo de Papandreou precisa rapidamente passar por mais dois testes: aprovar o plano de austeridade e as leis necessárias para sua implementação, a fim de obter um novo pacote de resgate para evitar que o Estado grego se torne o primeiro da zona do euro a declarar default e cause um desastre econômico global.

A votação ocorreu após um ultimato dado pelas autoridades europeias à Grécia para que o país implemente novas e bastante impopulares reformas ao longo de cinco anos. O prazo dado para que o governo grego aprovasse as medidas foi de duas semanas, caso contrário o país não receberia uma parcela de 12 bilhões de euros e decretaria falência.

O presidente da Comissão Europeia, Manuel Barroso, adicionou mais pressão a Atenas antes da votação, dizendo que a Grécia enfrenta um "momento da verdade" e precisa mostrar que está verdadeiramente comprometida com as reformas.

"Ninguém pode ser ajudado contra sua vontade", afirmou Barroso em Bruxelas, acrescentando que o apoio da oposição --que rejeitara o pacote e pedira novas eleições-- é importante.

O diretor-gerente interino do Fundo Monetário Internacional (FMI), John Lipsky, mandou um recado parecido, afirmando que os credores internacionais estão querendo ajudar as economias da periferia da zona do euro, contanto que elas implementem reformas.

Segundo Lipsky, o sistema fiscal grego está quebrado, mas pode ser reparado com boa vontade política.

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