O governo da Nicarágua renunciou nesta sexta-feira (19) à Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA) e anunciou a saída do grupo, após a aprovação de uma resolução condenando as eleições gerais do país, realizadas no último dia 7, em que o ditador Daniel Ortega obteve o direito de iniciar quinto mandato.
“Estamos renunciando e nos desvinculando da Organização dos Estados Americanos. Estamos nos retirando da OEA”, afirmou o ministro das Relações Exteriores nicaraguense, Denis Moncada, em entrevista coletiva concedida em Manágua.
Na terça-feira (16), a Assembleia Nacional da Nicarágua, em que o partido governista tem maioria absoluta, havia pedido para Ortega retirar o país da entidade interamericana.
Em texto aprovado com o voto de 83 deputados e três abstenções, o Parlamento convocou Ortega a, “na qualidade de chefe de Estado e chefe de governo, denunciar a Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA), seguindo o mecanismo estipulado no artigo 143 do referido instrumento”.
Ortega, que voltou ao poder em 2007, foi reeleito para seu quinto mandato de cinco anos, o quarto mandato consecutivo, juntamente com sua esposa, Rosario Murillo, que além de primeira-dama é vice-presidente.
Além da OEA, a União Europeia e a maior parte do resto da comunidade internacional não reconheceram as eleições da Nicarágua, entre outras razões, pela ausência de sete candidatos presidenciais da oposição que foram presos sob a acusação de “traição”. Entre eles estava a independente Cristiana Chamorro, favorita ao pleito.
Também foram criticadas medidas como a destituição de três partidos da oposição, a revogação da observação eleitoral, discrepâncias sobre o nível de participação e uma série de leis que restringiam a participação no processo.
Entre os países que parabenizaram Ortega por sua reeleição estão aliados como Bolívia, Coreia do Norte, Cuba, Irã, Palestina, Rússia, Síria, Venezuela e Vietnã.
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