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Governo da Ruanda liberta líder da oposição e mais de 2 mil prisioneiros 

Imagem de 2010 mostra a líder das Forças Democráticas Unidas Ruandesas, Victoire Ingabire, em sua casa, antes de ser presa. Em 2012, foi senteciada a 12 anos de prisão pelo governo da Ruanda | BERTRAND GUAY/AFP
Imagem de 2010 mostra a líder das Forças Democráticas Unidas Ruandesas, Victoire Ingabire, em sua casa, antes de ser presa. Em 2012, foi senteciada a 12 anos de prisão pelo governo da Ruanda (Foto: BERTRAND GUAY/AFP)

Um dos mais proeminentes líderes da oposição de Ruanda foi solto neste sábado (15) após o governo ter aprovado a liberdade antecipada a mais de 2 mil prisioneiros, sem dar muitas explicações. A libertação de Victoire Ingabire Umuhoza surpreendeu muitos porque é incomum o presidente de longa data Paul Kagame perdoar potenciais adversários. 

"É o início da abertura política em Ruanda, espero que sim", disse ela a repórteres. Ingabire, líder do partido de oposição FDU-Inkingi, foi presa em 2012 e considerada culpada de conspiração para enfraquecer o governo e negar o Genocídio de Ruanda de 1994, acusações que ela nega, mas foi condenada a 12 anos.

A organização humanitária Human Rights Watch considerou as acusações como sendo de motivações políticas e ligadas às criticas feitas por Ingabire ao governo antes da eleição presidencial de 2010.

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Sorridente, Ingabire agradeceu ao presidente por sua libertação, dizendo que significa que o governo descobriu que pode trabalhar em conjunto com ruandeses de diferentes visões políticas. Quando perguntada sobre seu futuro político, ela disse que anunciaria os próximos passos nos próximos dias.

O governo de Ruanda tem sido acusado por grupos de direitos humanos de suprimiroposição e ter um sistema de justiça que carece de independência, o que o governo nega. A Human Rights Watch expressou preocupação de que o governo use acusações de "ideologia de genocídio" como um meio de silenciar críticos. Cerca de 800 mil pessoas, a maioria tutsis étnicos, foram mortos por extremistas hutus durante o genocídio ruandês, segundo as Nações Unidas.

Segue detida, no entanto, Diane Rwigara, que tentou desafiar Kagame nas eleições do ano passado, mas foi desqualificada com alegações de que forjou algumas das assinaturas em seus papéis de indicação. Ela nega. Rwigara foi posteriormente acusada de incitar a insurreição contra o estado.

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Críticos disseram que o governo de Ruanda tem estado sob pressão por conta da prisão de Rwigara, e a libertação de Ingabire seria destinada a reduzir a pressão dentro e fora do país. 

Com informações da Associated Press.

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