A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, mostrou-se nesta quarta-feira (27) disposta a dialogar com as dezenas de milhares de pessoas que se manifestam em Bangcoc contra seu governo e que ocupam o Ministério das Finanças desde segunda-feira (25).
"Temos que nos sentar e conversar. As reivindicações dos manifestantes devem ser atendidas mediante o diálogo. Estamos dispostos a cooperar em qualquer coisa que seja boa para a maioria", declarou Yingluck aos jornalistas antes de entrar no Parlamento para a segunda jornada na qual se debate uma moção de censura contra ela, segundo a televisão estatal MCOT.
Os organizadores do protesto afirmam que são apoiados por quase um milhão de pessoas, embora as forças da ordem reduzem esse número para cerca de 100 mil.
A primeira-ministra afirmou que aplicará a Lei de Segurança Interna, que permite retirar direitos e liberdades civis como das assembleias públicas para proteger os ministérios e outras propriedades estatais, mas não para atacar os manifestantes.
A mobilização antigovernamental tentará hoje paralisar outros ministérios além do de Finanças, que se tornou o principal enclave do protesto.
O líder dos protestos é o ex-vice-primeiro-ministro Suthep Thaugsuban, que renunciou recentemente como deputado do opositor Partido Democrata e contra o qual pesa uma ordem de detenção por danos à propriedade pública.
As manifestações, que começaram no final de outubro e aumentaram de intensidade nesta semana, transcorreram até o momento sem grandes episódios de violência, embora um desconhecido lançou ontem à noite um explosivo artesanal contra os agentes de um cordão policial em uma ponte próxima à sede do governo.
Os manifestantes querem a renúncia de Yingluck, acusada de corrupção e ser um peão de seu irmão Thaksin Shinawatra, que foi deposto como primeiro-ministro no golpe militar de 2006.
Estes são as maiores protestos populares desde os protagonizados em 2010, quando governava o Partido Democrata, pelos "camisas vermelhas", seguidores de Thaksin.
A Tailândia vive uma grave crise política desde a queda de Thaksin, que vive no exílio para escapar de uma condenação de dois anos de prisão por corrupção.
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