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O estrangulamento econômico juntou-se à perseguição a jornalistas e donos de empresas de comunicação como estratégia do governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro para tentar calar a mídia oposicionista. Desde este sábado (15), o jornal El Nacional passará a circular com suas edições drasticamente reduzidas por tempo indeterminado depois que não conseguiu autorização para comprar os dólares necessários para pagar a importação de papel de impressão, anunciou a própria publicação em carta aberta na sua primeira página.

Normalmente, o El Nacional chega às bancas e assinantes com quatro cadernos fixos, mas a edição deste sábado teve apenas 12 páginas, tamanho em que deverá se manter aos sábados e dias da semana - no domingo, o jornal terá dois cadernos - até que consiga restabelecer o fornecimento de papel. A seguir, a carta aberta publicada na primeira página do jornal deste sábado, intitulada "Mudanças necessárias para ganhar a batalha":

"A guerra econômica do governo contra nós em todos os âmbitos, a perseguição judicial e policial a nossos diretores e jornalistas e o boicote por parte de Nicolás Maduro para impedir que compremos no exterior as bobinas de papel que necessitamos para circular com normalidade nos obrigam a adotar medidas drásticas para que o "El Nacional" siga circulando. Tomamos decisões dolorosas que, desde a semana que vem, iremos aplicar progressivamente. De segunda a sábado, vamos reduzir nosso diário a um caderno para assim estirar ao máximo o papel disponível. Aos domingos, ampliaremos para dois cadernos o espaço editorial e noticioso, mas manteremos a qualidade informativa, o desenho criativo e a linha editorial democrática e combativa. É apenas um percalço no caminho".

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