O governo israelense decidiu neste domingo libertar em breve 90 presos palestinos, em sua maioria membros do movimento Fatah, em apoio ao seu líder, o presidente da Autoridade Palestina Mahmud Abbas, antes de uma reunião internacional de paz prevista para novembro.

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"É um gesto habitual que já fizemos (no passado) e serão libertados conforme critérios já existentes", afirmou o primeiro-ministro, Ehud Olmert, se referindo à libertação de presos que não tenham participado ou cometido ataques contra israelenses com vítimas.

A decisão foi aprovada por ampla maioria: 22 ministros votaram a favor e três contra a medida, segundo um membro do governo. "É um gesto de boa vontade com o presidente Mahmud Abbas", ressaltou.

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Algumas autoridades palestinas saudaram a libertação de presos, mas ressaltaram que o Exército israelense continua efetuando detenções na Cisjordânia, de forma que o número de presos não diminui.

Também criticaram a ausência de gestos por parte de Israel para suprimir alguns dos 500 postos de controle israelenses espalhados pela Cisjordânia que impedem a livre circulação de palestinos.

Israel considera que essas barreiras permitem limitar o número de atentados em seu território.

O governo israelense também anunciou que autorizava a mobilização de mais 500 policiais palestinos em Nablus (norte da Cisjordânia), onde uma recente operação frustrou uma tentativa de atentado suicida em Tel Aviv.

"A maior parte dos detidos pertence ao Fatah, os outros fazem parte de outras organizações à exceção do Hamas e da Jihad Islâmica", informou a porta-voz de Olmert, Miri Eisin.

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Segundo Eisin, os presos deverão ser libertados no início de outubro.

Israel, que possui mais de 11.000 presos palestinos, já havia posto 250 pessoas em liberdade no mês de julho como gesto de apoio a Abbas, cuja autoridade é vigente apenas na Cisjordânia desde que os islamitas do Hamas tomaram o controle da Faixa de Gaza em meados de junho.

O ministro israelense do Meio Ambiente, Gideon Ezra, membro do gabinete de segurança, considerou em declarações à rádio pública que a libertação de detidos pode "favorecer a retomada das negociações entre Israel e a Autoridade Palestina".

"Esta medida não ajuda o governo palestino", considerou por outro lado o ministro palestino de Prisões, Achraf al-Ajrami.

"O que poderia ajudar, seria uma negociação sobre todas as questões (do conflito) e o arrefecimento das medidas israelenses contra os palestinos", acrescentou.

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Ao contrário das promessas de Olmert, os controles israelenses na Cisjordânia "não diminuem, só aumentam", acrescentou.

"A situação (das barreiras) é pior hoje que há uma semana. É preciso fazer algo", ressaltou o principal negociador palestino, Saeb Erakat.

Um membro do Hamas em Gaza, Ahmad Bahar, pediu a Abbas que suspenda as "reuniões absurdas" com Olmert para preparar uma conferência internacional que, em sua opinião, servem apenas de "cobertura para a manutenção da política de agressão" israelense contra os palestinos.