O primeiro-ministro israelense Ehud Olmert, que está deixando o cargo, reunirá seu conselho de segurança na quarta-feira para debater uma proposta de troca de prisioneiros com o Hamas, como parte de um acordo de cessar-fogo com o grupo que controla a Faixa de Gaza, disseram autoridades nesta segunda-feira.
Olmert faz seus últimos esforços para libertar o soldado israelense Gilad Shalit, sequestrado em 2006, antes de deixar o cargo.
Uma alta autoridade israelense, que não quis ser identificada, disse que o conselho de segurança de Olmert discutiria e possivelmente "autorizaria os parâmetros do acordo" na quarta-feira. Outra autoridade afirmou que os ministros estavam "discutindo e debatendo" quais prisioneiros listados pelo Hamas seriam libertados.
O gabinete de Olmert informou que, durante conversa com uma delegação de congressistas norte-americanos, em visita a Israel, o premiê teria dito que ele oferecia ao conselho de segurança uma proposta que "objetiva avanços na libertação de... Shalit", assim como um acordo sobre os postos de fronteira na Faixa de Gaza.
Moussa Abu Marzouk, alta autoridade do Hamas, disse em entrevista à rede de televisão Al Jazeera, no Cairo: "Nós estamos prontos...para abrir o caso de Gilad Shalit para negociação".
"Se eles o querem de volta para casa como eles dizem, eles devem deixar que prisioneiros palestinos, detidos em cadeias israelenses, voltem para casa também", completou.
Mas outra autoridade do Hamas, Taher al-Nono, disse que um "acordo claro" sobre um cessar-fogo havia sido alcançado antes de Olmert insistir, no fim de semana, na libertação de Shalit primeiro.
Influência
Israel acredita que a ofensiva militar de 22 dias na Faixa de Gaza, iniciada em dezembro do ano passado, aumentou sua influência sobre o Hamas, elevando as chances de acordo sobre Shalit, capturado em uma invasão de fronteira por militantes de Gaza, em 2006.
Os bombardeios por ar, mar e terra que, de acordo com Israel, tinham como objetivo cessar o lançamento de foguetes pelo Hamas, mataram mais de 1.300 palestinos, destruíram cerca de 5.000 casas e grande parte da infraestrutura de Gaza, segundo autoridades locais.
Se os palestinos quiserem reconstruir Gaza, eles precisarão que Israel e o Egito reabram os postos de fronteira. Olmert disse que não o fará até que Shalit seja libertado.
O Hamas tem exigido a libertação de 1.400 prisioneiros palestinos em troca de Shalit. Diplomatas ocidentais dizem que Israel estaria disposto a libertar cerca de 1.000 detentos.
As eleições israelenses da última semana, que não apontaram um novo líder, podem ter dado início a uma longa disputa sobre quem formará o novo governo, dando a Olmert algumas semanas para negociar.
Israel acredita que o Hamas deseja chegar a um acordo antes que um governo linha dura, possivelmente liderado pelo direitista Benjamin Netanyahu, assuma.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura