Um dos filhos do ex-líder líbio Muamar Kadafi, Saadi, chegou neste domingo a Níger, anunciou o ministro nigerino da Justiça e porta-voz do governo, Maru Amadu.
"Neste dia 11 de setembro, uma patrulha das Forças Armadas nigerinas interceptou um comboio no qual estava um dos filhos de Kadafi", afirmou Amadu. "No momento em que falo a vocês, o comboio vai em direção a Agadez (norte de Níger). Não descarto que o comboio chegue aqui amanhã (segunda-feira) a Niamey", capital do país, acrescentou.
Trata-se de Saadi Kadafi, "o jogador de futebol", frisou o ministro.
Saadi, de 38 anos, é um atleta com ares de playboy que abandonou em 2004 a carreira de jogador pelo Exército, onde liderou uma unidade de elite.
Na sexta-feira, um comboio com "doze veículos" transportando pessoas ligadas a Kadafi, chegou a Agadez, capital regional do norte de Níger, escoltado por militares nigerinos.
Na quinta-feira, três generais líbios fiéis a Kadafi, entre eles um chefe da Aeronáutica, chegaram a Agadez e estão sob vigilância militar.
Segundo o governo de Níger, os militares em questão eram o general Al-Rifi Ali al-Sharif, chefe da Aeronátutica líbia antes da queda do regime, o general Ali Khana, chefe da guarda de Kadafi e das forças líbias de Obari, sul da Líbia, 200 km ao norte de Níger, e o general Mahammed Abydalkarem, comandante da região militar de Murzuk, no extremo sul da Líbia.
O Níger assegurou que respeitaria seus compromissos com a justiça internacional relativos aos pró-Kadafi que são procurados, presentes em seu território.
No dia 31 de agosto, Saadi se disse preparado para se render para "parar com o derramamento de sangue" na Líbia, e a rebelião, que tomou o poder depois, havia afirmado então que, nesse caso, sua segurança seria respeitada. "Se minha rendição parar com o derramamento de sangue, estou preparado para me render esta noite", disse Saadi Kadafi à rede Al-Arabiya.
Novas autoridades líbias ainda tentam em vão o ex-homem forte da Líbia e outros de seus filhos, como Seif al-Islam, que fugiu apresentado como o sucessor potencial do Guia líbia deposto.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura