Abrir espaço aos sunitas dentro do governo de unidade nacional que será formado no Iraque deve antecipar a consolidação de um regime político estável e diminuir a violência de militantes responsáveis pela insurgência no país, disse na terça-feira o embaixador norte-americano no território iraquiano.
Zalmay Khalilzad afirmou ter ficado empolgado com o fato de o presidente do país, Jalal Talabani, ter realizado recentemente negociações com grupos rebeldes.
Talabani demonstrou confiança na possibilidade de chegar a um acordo "fazendo com que os insurgentes deponham as armas e se reintegrem ao novo processo democrático do Iraque".
Grupos nacionalistas, no entanto, dizem que apenas um compromisso dos EUA em começar a sair do país os fará diminuir o número de ataques e contribuir para, ao final, criar um Iraque estável.
"A formação de um governo de unidade nacional abrirá caminho para as ações voltadas à diminuição da violência", afirmou Khalilzad a repórteres durante uma conferência sobre investimentos no Iraque. O encontro aconteceu em Amã. "O Iraque caminha agora, estrategicamente, na direção certa".
O embaixador, importante peça dos esforços feitos pelos EUA e pelo atual governo iraquiano para afastar os insurgentes sunitas e os militantes e aproximá-los do processo político, disse que os sunitas estavam bem representados no Parlamento eleito em dezembro.
"Por isso, segundo acredito, o Iraque está no caminho certo e as pessoas que se chamam de rebeldes poderão deixar suas armas de lado e ingressar no processo político", disse Khalilzad.
Os EUA contam com a eficiência de um governo de unidade nacional, que Nuri al-Maliki (escolhido para ser o futuro primeiro-ministro iraquiano) diz que pode estar formado nesta semana, para afastar o perigo de o país ser tragado por uma guerra civil.
"Não pode haver nenhuma oposição legítima e armada uma vez que esteja empossado um governo permanente nos quais líderes sunitas estarão presentes", afirmou o embaixador.
Khalilzad disse ter havido progressos na disputa pelos Ministérios do Interior e da Defesa.
"Acho que há um entendimento amplo de que o ministro do Interior e o ministro da Defesa precisam ser pessoas independentes e capazes de unir os diferentes grupos. Essas pessoas não devem possuir laços com milícias e devem estar acima da política", afirmou Khalilzad.
Segundo al-Maliki, todos os blocos parlamentares envolvidos nas negociações haviam aceitado deixar esses dois cargos para pessoas sem conexões com partidos ligados a grupos armados.
"Acho que é disso que precisamos a fim de aumentarmos a confiança nas instituições de segurança e para aumentar a confiança do povo iraquiano em suas forças de segurança", disse o enviado norte-americano.