A agência oficial de notícias do Bahrein informou que as autoridades ordenaram a dissolução dos dois partidos xiitas do país, entre eles o Al Wefaq, o maior e que tem liderado os protestos contra o governo da monarquia sunita da família al-Khalifa.
Segundo reportagem da agência de notícias, o ministro da Justiça do Bahrein tomou "ações legais" para dissolver o Al Wefaq e a Associação de Ação Islâmica "por ameaças à paz". A decisão é parte da repressão do governo contra a oposição xiita, depois de semanas de protestos de opositores contra a família real sunita.
O Bahrein decretou lei marcial no mês passado para conter a revolta, deteve importantes líderes opositores, centenas de manifestantes e ativistas políticos. Pelo menos 30 pessoas morreram deste o início dos protestos, em 14 de fevereiro.
"A ação lida com as duas sociedades como entidades legais. Não é uma ação contra indivíduos e não afeta os direitos dos parlamentares (xiitas) de participarem do Parlamento", disse o comunicado, citando o ministro da Justiça, o xeque Khaled bin Ali al-Khalifa. Segundo o ministro, a medida não impede que os integrantes dos dois partidos formem novas entidades políticas, mas elas precisarão respeitar "as leis que governam a sociedade". Os 18 parlamentares xiitas do Bahrein renunciaram recentemente. O parlamento tem 40 parlamentares.
Khalil al-Marzouk, um dos 18 parlamentares do Al Wefaq que renunciaram em protesto contra a violência desfechada pelo governo contra os manifestantes, afirma que a medida irá paralisar o processo de reformas políticas no país. "Nós acreditamos que essa medida irá restringir o que sobrou de ação política no Bahrein".
Cerca de 1.800 soldados da Arábia Saudita e de outros países árabes do Golfo entraram no Bahrein no mês passado e levaram a uma guerra verbal entre o Irã e os Estados árabes do Golfo. A chegada dos soldados sauditas liberou os militares bareinitas para reprimirem os manifestantes. O Bahrein é o único país árabe do Golfo Pérsico onde a maioria da população é xiita.
A família al-Khalifa, que governa o Bahrein desde 1783, é aliada dos Estados Unidos, que escolheram o arquipélago para a base da 5.ª Frota da Marinha americana.
Embora os protestos de rua tenham cessado há alguns dias, a repressão e as detenções de opositores bareinitas continuam. Na década de 1990, o país insular do Golfo foi abalado por uma rebelião da maioria xiita, que perdeu força após a família al-Khalifa iniciar reformas em 2001.
A Anistia Internacional, grupo de defesa dos direitos humanos com sede em Londres, afirma que mais de 400 ativistas, quase todos xiitas, foram detidos, incluído o importante defensor dos direitos humanos Abdulhadi al-Khawaja, e seus dois genros, todos presos no final de semana passado.
Além das mortes e detenções, al-Marzouk afirma que 800 pessoas foram demitidas dos seus empregos no serviço público e nas empresas privadas porque aderiram aos protestos contra a família al-Khalifa.
Enquanto isso, quatro detidos morreram na prisão, levando a protestos da União Europeia, dos Estados Unidos e da Human Rights Watch, organização de defesa dos direitos humanos com sede em Nova York. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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