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Manifestante contrário ao governo foge depois que polícia atira gás lacrimogêneo em Diraz, no Bahrein | Reuters
Manifestante contrário ao governo foge depois que polícia atira gás lacrimogêneo em Diraz, no Bahrein| Foto: Reuters

Forças de segurança espalhadas pela capital do Bahrein, Manama, reprimiram pequenos protestos organizados para o "Dia de Fúria" desta sexta-feira, cumprindo a lei marcial imposta na semana passada que proibiu as manifestações.

Helicópteros passavam por cima da cidade, postos de controle adicionais foram instalados nas principais rodovias e uma ampla presença militar impedia qualquer grande demonstração na pequena ilha do Golfo Árabe. Na semana passada, as forças de segurança reprimiram demonstrações que já duravam um mês, realizadas principalmente por manifestantes xiitas.

Tropas e policiais se espalharam pelo reinado, onde a maioria xiita ficou irrequieta depois que a família sunita reinante Al Khalifa, confrontada pelas exigências populares de uma monarquia constitucional, declarou que a segurança agora é a prioridade.

O Bahrein tem grande importância estratégica por abrigar a 5a Frota dos Estados Unidos, posicionada de frente para o Irã através do Golfo, e próximo à Arábia Saudita, maior produtora de petróleo do mundo.

Enfrentando protestos massivos que pedem a reforma constitucional, a família Al Khalifa que governa o Bahrein, declarou que a segurança era sua maior prioridade. A família, pertencente à minoria sunita, pediu ajuda às tropas dos Estados vizinhos com governos sunitas e impôs a lei marcial.

Mas algumas centenas de manifestantes conseguiram realizar uma pequena demonstração na vila xiita de Diraz na sexta-feira, gritando "fora o regime", enquanto mulheres vestidas de preto acenavam bandeiras e seguravam cópias do Alcorão.

No entanto, os manifestantes fugiram quando cerca de 100 policiais atiraram gás lacrimogêneo e tentaram persegui-los.

Na vila de al-Dair, policiais também atiraram gás lacrimogêneo para dispersar cerca de 100 manifestantes que marchavam em direção à estrada principal próximo à pista de pouso do Aeroporto Internacional de Barein.

"O que a família Al Khalifa não parece entender é que o povo não teme a morte", disse Najat, que orava na seção feminina de uma mesquita.

"Se tivessem concordado desde o começo em dissolver o Parlamento e encontrar uma solução política, o povo não teria ampliado suas exigências", disse ela, acrescentando que se unirá aos protestos planejados para o período da tarde.

Pessoas exigindo reformas políticas e constitucionais, sobretudo membros da maioria xiita, desencadearam protestos em massa contra a família governante no mês passado, buscando força nos tumultos que atingiram outras autocracias árabes nos últimos meses.

Mas na semana passada autoridades bareinitas convocaram tropas da vizinha Arábia Saudita, também governada por sunitas, e dos Emirados Árabes Unidos, depois declararam lei marcial e lançaram uma repressão que expulsou os manifestantes das ruas.

O Bahrein proibiu todas as passeatas, mas as forças de segurança não interromperam os funerais de civis mortos durante a repressão - a maioria dos quais se tornaram comícios anti-governo.

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