O governo kuwaitiano renunciou neste domingo após um longo confronto com o Parlamento do rico emirado petroleiro do Golfo Pérsico devido à atuação do ministro da Saúde, xeque Ahmad al Abdula Al-Sabah, membro da família real. A renúncia do gabinete aconteceu um dia antes da reunião que o Legislativo tinha previsto realizar na segunda-feira para um voto de censura contra o xeque Ahmad Al-Sabah, que 10 deputados tinham pedido após denunciar "anarquia e corrupção" no Ministério da Saúde.
Fontes parlamentares tinham previsto a renúncia do gabinete antes da reunião da segunda da Câmara, e o presidente desta, Jassim al-Kharafi, afirmou que "os ministros não iam assistir a essa sessão".
Informaram-me que o governo apresentou sua renúncia. Esta renúncia significa a anulação de forma automática da reunião de segunda disse Kharafi, citado pela agência nacional de notícias, Kuna.
Kharafi não descartou que o emir do Kuwait, xeque Sabah al-Ahmad Al-Sabah, peça ao chefe do governo que renunciou, xeque Nasser al-Mohamad Al-Sabah, que forme o novo Executivo.
O ministro da Saúde tinha rejeitado apresentar sua renúncia após o confronto das últimas semanas entre o governo e o Parlamento, cujos membros responsabilizam o xeque Ahmad Al-Sabah pela "deteriorada situação" dos hospitais públicos e de ter aumentado a corrupção.
Esse pedido foi o último de uma série de exigências de renúncia de vários ministros que, nos últimos anos, levou quatro a abandonar suas pastas.
O emir do Kuwait, que tem a última palavra sobre a política do país, dissolveu o Parlamento no ano passado após um enfrentamento similar sobre as reformas no emirado.